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Maior fã brasileiro de 007 ganhou parabéns de Daniel Craig no dia do aniversário

Marcos Kontze entre sua coleção de itens da série 007, que completa 50 anos nesta semana - Arquivo Pessoal
Marcos Kontze entre sua coleção de itens da série 007, que completa 50 anos nesta semana Imagem: Arquivo Pessoal

Eduardo Torelli

Do UOL, em São Paulo

02/10/2012 06h15

Tudo começou há 16 anos: depois de perder o pai e de se mudar para Santa Maria (RS), o gaúcho Marcos Kontze morou provisoriamente na casa de parentes. Ele tinha 11 anos quando conheceu James Bond, por meio do game “GoldenEye 007” e, em pouco tempo, o fascínio pelo jogo se converteu em um fascínio pelo personagem. Curioso, Kontze assistiu a todos os filmes (ainda em VHS) e começou a garimpar imagens dos vilões, mulheres e carros de Bond na então recém-criada Internet.

Em pouco tempo, estava conectado aos principais fãs-clubes e confrarias dedicadas ao personagem em todo o planeta. Primeiramente, como um dos administradores da “Comunidade 007 Brasil” – que reúne a maioria dos “bondmaníacos” do país e que é muito ativa nas redes sociais. E, depois, estreitando seus contatos com sites estrangeiros importantes, como os veteranos “MI6” e “CommanderBond”.

Por ser muito bem-informado, Kontze passou a ser responsável pela seção de notícias do site da “Comunidade 007 Brasil”. E realizou o sonho de se tornar, ele próprio, uma fonte “quente” sobre 007 na web, ao criar um endereço virtual 100% dedicado ao superagente de Sua Majestade, o “James Bond Brasil”. “Não é exagero dizer que ‘respiro’ 007 diariamente, há mais de 15 anos”, afirma Kontze, que aos 27 anos já conseguiu até receber parabéns e um autógrafo de Daniel Craig no dia de seu aniversário.

UOL – No exterior, 007 é cultuado por um sem-número de fãs. Acontece o mesmo no Brasil?

Marcos Kontze –Temos muitos fãs de Bond no Brasil, das mais variadas faixas etárias. Mas nada que se compare a países como Inglaterra, França ou EUA. Porém, eventos temáticos são organizados anualmente pela “Comunidade 007 Brasil”, em São Paulo, que reúne muitos fãs do personagem.

Quanto do seu tempo você dedica a 007?

Em épocas de lançamento dos filmes, passo até 15 horas por dia buscando informações. Nos intervalos entre os filmes, aproveito para rever os títulos anteriores e leio livros dedicados a Bond. Graças a isso, em novembro de 2011, o “James Bond Brasil” foi o único site da América Latina a realizar um live feed em tempo-real da coletiva de imprensa de “Bond 23” (na época, este era o título provisório de “Operação Skyfall”), realizada em Londres. A partir dali, nos tornamos uma referência nacional e mundial em 007. Também veiculamos algumas notícias em primeira mão, como o logotipo oficial dos 50 anos do personagem e as primeiras fotos das filmagens de “007 – Operação Skyfall”, em novembro do ano passado.

  • Arquivo Pessoal

    Marcos Kontze entre os produtores da série James Bond Michael G. Wilson e Barbara Broccoli

Você chegou a encontrar os produtores da série “007” durante uma viagem à Inglaterra. Como foi isso?

Foi a realização de um sonho. Visitei lugares como o cassino onde Sean Connery disse pela primeira vez a frase “Bond, James Bond”, o Les Ambassadeurs Club, assim como o prédio do M.I.6. (Serviço Secreto Britânico). Também estive no College of Arms, que aparece em “A Serviço Secreto de Sua Majestade”, e na Sotheby’s, casa de leilões onde James Bond disputa a posse de um ovo Fabergé, em “007 Contra Octopussy”. Sem contar dezenas de locações dos últimos filmes de Brosnan e Craig, como Westminster Bridge, Leicester Square e Trinity Square. Neste último, vivenciei o ponto alto da viagem: estavam filmando uma cena de “Operação Skyfall” nas imediações e, de repente, de dentro de um Jaguar branco, saíram os produtores Michael G. Wilson e Barbara Broccoli (os herdeiros de Albert Broccoli, que fundou a EON Productions junto com Harry Saltzman). Quase tive um infarto! Emocionado, não perdi a chance de tirar uma foto com eles, que foram extremamente gentis e carinhosos. Driblando meu nervosismo, falei que era um grande fã do personagem e que viera do Brasil até Londres por causa de James Bond. Os dois riram, me cumprimentaram e me agradeceram. Fui embora com o sentimento de missão cumprida!

Houve outros momentos memoráveis em sua trajetória de “bondmaníaco”?

Em 2011, ganhei o melhor presente de aniversário da minha vida. Na época da première mundial de “Millenium - Os Homens Que Não Amavam As Mulheres”, minha namorada estava em Londres e me preparou uma surpresa. Quando Daniel Craig passou perto do público para tirar fotos e dar autógrafos, ela mostrou ao ator uma placa com a frase: “Please, say happy birthday to Marketto’” (“Por favor, diga ‘feliz aniversário para o Marketto’”). Entrando na brincadeira, Craig olhou para a câmera e repetiu a frase, além de autografar a placa. Sem palavras!

Você coleciona artigos de “merchandising” sobre Bond?

Tenho várias edições dos filmes em VHS, DVD e Blu-ray, além de livros e revistas sobre o personagem. Também coleciono réplicas de itens que apareceram nos filmes, como as pistolas Walther PPK e P99, o anel usado pelos agentes da Spectre etc. Mas o que tenho de mais raro em minha coleção é uma revista “Manchete”, de 1964, com uma reportagem sobre “007 Contra Goldfinger”. E um isqueiro Zippo licenciado pela EON Productions em 1997, com o logotipo do filme “007 - O Amanhã Nunca Morre”.

Qual é o melhor filme de 007?

Eu diria que há dois “melhores filmes”. “Moscou Contra 007”, por contar com todos os ingredientes de uma boa aventura de espionagem; e “007 – O Mundo Não É O Bastante”, porque foi o primeiro a que assisti em uma tela grande.

E qual é o pior?

Não existe “pior filme” de 007. Há apenas aquele que gosto menos: “007 Somente Para Seus Olhos”.