Salma Hayek colaborou com Oliver Stone na criação de chefe do narcotráfico em "Selvagens"
Uma tarde de sol em Beverly Hills, nos Estados Unidos, a anos-luz de distância do submundo de drogas e violência, a atriz Salma Hayek explica como gostou de interpretar a traficante Elena, em "Selvagens", novo filme de Oliver Stone que estreia nesta sexta-feira (5) no Brasil. “Eu adoro essa personagem. Oliver me deu grande espaço para criá-la junto com ele”, diz a artista de 46 anos, resplandescente num vestido Alexander McQueen rosa-choque.
“Eu tive muito a ver com o visual da personagem”, Salma continua. “No começo, Oliver brigou comigo, questionou tudo. Tive de explicar e justificar cada sugestão.”
A personagem de Salma no longa é uma poderosa chefona do cartel mexicano interessada na maconha orgânica e potente cultivada em Laguna Beach, cidade no estado norte-americano da Califórnia, pelos "naturebas" Chon e Ben (Taylor Kitsh e Aaron Johnson). Segundo a atriz, a visão sobre quem era Elena e como ela se portava veio imediatamente.
“Eu queria criar uma personahgem baseada nas mulheres poderosas e fortes que conheci na vida, não apenas nos negócios ou no show business", diz. "Tive a felicidade de conhecer mulheres inesquecíveis, imponentes. Essa foi minha base: alguem que é forte o bastante para se posicionar em um mundo dominado por homens violentos.”
VEJA TRAILER LEGENDADO DE "SELVAGENS", DE OLIVER STONE
Uma das sugestões de Hayek para Oliver foi manter Elena sempre com o mesmo penteado: cabelos longos, lisos, negros, com uma franja severa na testa. Também foi mantido o mesmo colar de pedras em todas as cenas. “Ela é icônica, era preciso que tivesse características marcantes, que o espectador notasse imediatamente", explica. "Mulheres como Eva Perón criaram esse tipo de assinatura visual e usaram-na muito bem.”
Hayek também refletiu muito sobre o perfil psicológico de Elena. “Sua força e sua fraqueza são as mesmas: seus filhos”, conta a atriz. “Ela é capaz de mandar matar com um estalar de dedos, exatamente porque ama seus filhos e quer defendê-los de tudo."
"Se ela não tivesse se transformado, não poderia garantir a segurança de seus filhos. Ela é uma mulher de negócios", continua Salma. "É prática, realista e mantém distância do negócio que ela comanda. Ela sabe que ser fria e essa é a melhor arma dela."
Salma comparrtilha com Oliver Stone o olhar crítico sobre a guerra das drogas no México. Mas, como nativa de Coatzacoalcos, no estado mexicano de Veracruz, a questão assume para ela um contorno mais pessoal. “É de quebrar o coração. Acho muito importante o modo como o filme mostra o quanto os Estados Unidos estão envolvidos na questão", afirma.
"É muito confortável dizer ‘ah, esse é um problema mexicano’, ou ‘a situação no Oriente Médio é muito mais grave’, mas esse é um problema das Américas, está ligado diretamente aos Estados Unidos", completou Salma, lembrando que a fronteira entre os dois países é próxima. "Acho importante falar sobre a violência que drogas geram e explicar a corrupção que elas geram. Oliver foi brilhante em seu enfoque.”
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.