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Filmografia de James Bond inspirou produtos que vão de carros e loção de barba

Miniatura do Aston Martin DB5 de coleção da Editora Panini  - LeandroMoraes/UOL
Miniatura do Aston Martin DB5 de coleção da Editora Panini Imagem: LeandroMoraes/UOL

Eduardo Torelli

Do UOL, em São Paulo

06/10/2012 06h20

Hoje, o merchandising caminha passo a passo com o cinema de entretenimento – e muito disso se deve a James Bond. O lançamento de mercadorias inspiradas em filmes não foi uma tradição inaugurada pelos produtores da série (no que se refere a esta prática, a Disney saiu na frente). Mas não há dúvida que a série “James Bond” ajudou a sedimentar esta tendência nos anos 1960, abrindo um precedente importante na relação cinema-indústria – estreitada com a saga “Star Wars” na década de 1970. Não há como errar: a cada nova aventura de Bond, os produtores lucram alto com a venda de ingressos – e engrossam o faturamento com artigos de consumo que carregam o logotipo “007”.

O primeiro produto licenciado a explorar o sucesso dos filmes foi uma adaptação em quadrinhos de “007 Contra o Satânico Dr. No”, lançada em 1962, pela D.C. Comics (a mesma editora dos personagens Batman e Super-Homem). Originalmente vendida por 12 centavos de dólar nos EUA, a mercadoria teve seu valor multiplicado mais tarde, quando se tornou um item de leilão disputado por aficionados. 

  • Divulgação

    Coleção de esmaltes com nomes de filmes de James Bond

“007 Contra Goldfinger” confirmou Bond como um dos mais rentáveis garotos-propaganda do telão. Por ocasião do filme seguinte, “007 Contra a Chantagem Atômica”, o herói já era a inspiração para uma gama de artigos que incluíam walkie-talkies (para adolescentes) e equipamentos de mergulho da empresa W. J. Voit (para adultos). Desde cedo, a logomarca se mostrou flexível, adaptando-se a diferentes faixas etárias.

As qualidades “donjuanescas” de Bond inspiraram o lançamento da célebre linha de toalete masculina 007, criada pela Colgate-Palmolive (composta por colônia, tônico capilar, loção pós-barba, sabonete e desodorante); e o antológico carro guiado pelo espião em “Goldfinger” foi o modelo de um dos mais célebres produtos licenciados da história: o Aston Martin em miniatura produzido pela A. C. Gilbert (por sinal, uma das mais prolixas fabricantes de brinquedos “bondianos” da época, que também lançou bonecos inspirados em Goldfinger, Oddjob, Largo e no próprio 007). Do mesmo período são as camisas e calças 007, confeccionadas por empresas como Adler Pants e Harry Diamond Co. Sapatos que apelavam à elegância do personagem (licenciados pela Norvic Co) eram os últimos retoques no visual de um bondmaníaco inveterado.

Carros, lanchas e aeronaves sempre foram recorrentes nos filmes do herói – e logicamente não ficaram de fora do “boom” de merchandising baseado em 007. Nos anos 1960, a Corgi lançou, nas décadas seguintes, miniaturas do Mustang de “007 – Os Diamantes São Eternos” e até do avião AcroStar, de “007 Contra Octopussy”. No mesmo segmento, a Matchbox começou a produzir miniaturas “bondianas” em 1985, com o lançamento de “007 Na Mira dos Assassinos”. 

Com o tempo, dada a capacidade comprovada de 007 em vender todos os tipos de produtos, as empresas também começaram a introduzir seus produtos e logomarcas nos filmes. No interesse mútuo da EON Productions e dessas companhias, James Bond utilizou equipamentos da Sony, bebeu champanhe Don Perignon e Bollinger, preparou seu drinque mais tradicional com Vodca Smirnoff e até teve rompantes de “novo rico”, trocando sua linhagem de veículos Aston Martin por modelos BMW, na Era Pierce Brosnan.

Até as Bond Girls serviram de “pontes” para acordos milionários entre os detentores dos copyrights dos filmes e empresas interessadas em vincular seus produtos a este universo “glamouroso”: em 2002, aproveitando a chegada de “007 – Um Novo Dia Para Morrer” aos cinemas, a Revlon divulgou sua “James Bond – 007 Collection”, linha de maquiagem promovida por um slogan sugestivo: “Inspirada por Bond, criada por Revlon”. Morra de inveja, Blofeld!