Topo

"É o cinema que mais me paparica", diz atriz Ana Lúcia Torre no Amazonas Film Festival

A atriz Ana Lúcia Torre é homenageada durante o 9º Amazonas Film Festival no Teatro Amazonas, em Manaus (6/11/12) - Orlando Oliveira/AgNews
A atriz Ana Lúcia Torre é homenageada durante o 9º Amazonas Film Festival no Teatro Amazonas, em Manaus (6/11/12) Imagem: Orlando Oliveira/AgNews

Edu Fernandes

Do UOL, em Manaus

09/11/2012 14h02

Mais reconhecida pelo grande público por seus trabalhos na televisão, a atriz Ana Lúcia Torre foi homenageada por suas participações em filmes durante o Amazonas Film Festival. Quando subiu ao palco do Teatro Amazonas para ser homenageada na noite de terça-feira (6), Ana Lúcia falou da emoção do momento. “O cinema entrou tardiamente em minha carreira, mas é o cinema que mais me paparica”, disse.

No dia seguinte, o filme “Reflexões de um Liquidificador” (2010) foi exibido gratuitamente pela manhã. “Grande parte do público eram estudantes, e eu sei que os adolescentes rolam de rir com esse filme”, falou a atriz em bate-papo aberto ao público. Na ocasião, ela relembrou seus papéis mais importantes no teatro, televisão e cinema.

A relação de Ana Lúcia Torre com o palco começou na infância. “Desde pequena, eu vivia metida com dança”, afirmou. Formada em balé clássico, de onde ainda traz a postura, fez diversas apresentações enquanto estudante. Nos anos 1960, entrou no TUCA (grupo de teatro da PUC-SP). “Aí, o gostinho pelo teatro foi se acentuando”, atestou. “Era um momento cultural muito rico em São Paulo”.

A profissionalização vem em 1976, e a carreira começou no teatro, com algumas telenovelas eventuais. A estreia na telinha aconteceu em 1977, com “Dona Xepa”, na qual vivia uma antagonista cômica. Nos anos 1990, sua presença na televisão foi mais constante, com papéis em novelas de sucesso, como “A Indomada”, “Tieta” e “Renascer”.

Com mais de 25 anos de carreira, Ana Lúcia Torre tem seu primeiro trabalho significante na tela grande. “O cinema não me queria, porque ninguém me chamava”, brincou. Em 2000, a atriz estrela “Através da Janela”, de Tata Amaral.

A partir daí, surgem outros convites para longas e curtas-metragens. Em 2004, atua em “Como Fazer um Filme de Amor”. “Eu era uma mulher cega, mãe da Denise Fraga”, contou. “Eu achava que bordava lindo e mostrava coisas horrorosas para todo mundo”.

Em 2005, participou de “Quanto Vale ou É por Quilo?”. “Esse filme mostra como se manipula as pessoas com a faixa de boazinha”, analisou. “É bastante polêmico, como tudo que Sergio Bianchi faz”. A atriz e o diretor se reencontrariam em “Os Inquilinos” (2009).

Seu trabalho mais recente na televisão é “Amor, Eterno Amor”, em que interpretou Verbena, uma mulher cujo filho desapareceu. “Ela transforma essa perda em caminho de busca por outras crianças desaparecidas”, disse. “Esse trabalho teve um retorno muito grande para mim porque foi um personagem forte, mas tratado com delicadeza”.

Durante a conversa, Ana Lúcia Torre relembrou outra personagem marcante de sua carreira televisiva: Tia Neném, de “Insensato Coração” (2011). Originalmente, ela não participaria até o último capítulo. “Era para ela ficar em Florianópolis quando a novela se desloca para o Rio, só que a Tia Neném não conseguiu sumir”, contou. “O autor [Gilberto Braga] recebeu muitas cartas e até o elenco pediu para que ela ficasse”.

Atualmente Ana Lúcia está em cartaz em São Paulo com a peça “Como se Tornar uma Super Mãe em 10 Lições”, no Teatro Gazeta.