"Detona Ralph" é "'Toy Story' dos jogos", diz produtor de animação da Disney

"Acredito que, de todos os nossos filmes, o que mais tem similaridades é o 'Toy Story'. Ele transmite a mesma ideia de que existe um mundo por trás daquele ainda não conhecido pelos homens. Em 'Ralph', há um mundo que não conhecemos, que é onde os personagens dos videogames vivem, o que de certa forma pode ser rapidamente relacionado com o mundo dos brinquedos de 'Toy Story', da relação deles uns com os outros, e pelo fato de eles viverem no quarto", disse Spencer ao UOL.

O produtor, entretanto, aponta mais duas similaridades interessantes de personagens clássicos da Disney nos dois protagonistas. Ralph, por exemplo, é comparado ao boneco de madeira Pinóquio. "Em ambos os casos, há um personagem muito complexo, que decide tomar decisões importantes. Ralph não está satisfeito com a forma como leva a sua vida, e então decide mudar seu destino, assim como o boneco, que queria virar um menino.A Vanellope lembra bastante o Dumbo, inclusive pelo seu visual, que são as orelhas grandes. Além disso, ela também sofre preconceito por se tratar de um 'bug' do jogo, assim como o Dumbo foi excluído por conta de suas orelhas".

"Quando o Rich Moore me trouxe a ideia, logo pensamos em como levá-lo a uma audiência maior. Então, pensamos em incluir coisas que as crianças de antes jogavam, como Donkey Kong, Pac-Man e misturá-los com gêneros mais populares hoje, como tiro e corridas de kart", explicou.

"Fazer isso funcionar para todas as idades e gostos, porém, não é nada fácil, mas sempre foi uma das nossas prioridades. Há várias referências menores que vão atingir aos fãs dos videogames, ao passo que coisas mais explicativas como a Central dos Games e estação de trem foram uma saída para unir esse universo e deixá-lo amigável e divertido para quem não joga também", disse Spencer.

Uma das difíceis escolhas da equipe de produção foi escolher entre um mundo situado nos já clássicos fliperamas ou um videogame moderno, como o Xbox 360. A primeira opção venceu a disputa. O motivo, segundo Spencer, é que além de casar melhor com o roteiro, tem o apelo nostálgico necessário para agradar os que já abandonaram os joysticks.

"Pensamos, à época: Poderia ser em um fliperama? As pessoas com menos idade saberiam o que é isso? E os mais velhos? Seria legal para eles relembrarem da infância? Então apostamos no apelo nostálgico. No final, acabou casando mais com a nossa ideia, que era de ter um local onde todos os personagens ficavam, onde mais e mais pessoas jogavam esses jogos, em que cada gabinete de fliperama era um mundo diferente de jogo e os fios de eletricidade eram como suas portas para a central dos jogos. No final, vimos que isso fazia mais sentido mesmo".