"Ele queria que eu mentisse", diz Quentin Tarantino sobre críticas a "Django Livre"
O diretor Quentin Tarantino surpreendeu os jornalistas após vencer o prêmio de melhor roteiro no Globo de Ouro 2013, neste domingo (13), por "Django Livre". Duramente criticado pelo diretor Spike Lee por seu "faroeste espaguete", Tarantino afirmou na sala de imprensa após à premiação: "Eles acham que eu deveria amaciar, mentir, pegar mais leve (em relação ao tema)".
No final de dezembro, Lee disse que não assistiria ao filme por ele ser desrespeitoso. "A escravidão nos Estados Unidos não foi um faroeste 'spaghetti' de Sergio Leone. Foi um Holocausto. Os meus antepassados são escravos, capturados da África. E preciso honrá-los", escreveu o realizador em sua página do Twitter.
Tatantino disse que nunca conseguiria "amaciar" o tema, em nome da integridade artística de seu filme. "Eu nunca faria isso quando se trata de meus personagens", disse o diretor.
Ao site The Hollywood Reporter, o diretor já havia falado sobre as críticas que recebeu. "Nunca uma crítica mudou uma palavra de qualquer roteiro ou história que eu conto", disse ele. "Eu acredito no que estou fazendo com todo meu coração. É meu trabalho ignorar isso".
Neste domingo, ele também disse que a escravidão ainda acontece pelo mundo. "Vá para a Malásia", disse ele. Tarantino ainda acredita que o sistema jurídico norte-americano ainda trata os negros com preconceito. "As leis contra drogas já mandaram muitos homens negros para as prisões", disse o diretor.
"Essa coisa toda de guerra contra as drogas que acontece nos últimos 40 anos quase dizimou a população negra masculina", afirmou. "É escravidão. É o mesmo medo que existia por volta de 1800".
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