Brasileiro "A Casa Verde" exagera com mensagem ecológica
SÃO PAULO (Reuters) - A animação gaúcha "A Casa Verde", que estreia nessa sexta-feira em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Santos e Porto Alegre, ocupa um posto curioso no cinema brasileiro: é parecida com um filme da Xuxa, mas sem a presença da apresentadora.
Dirigido e roteirizado por Paulo Nascimento ("Diário de um Novo Mundo", "Valsa para Bruno Stein"), o longa combina atores com uma técnica de animação chamada rotoscopia, que cria um efeito sobre as imagens como se fossem desenhadas por giz de cera. É visualmente bonito, mas nada disso encobre as deficiências do roteiro e das atuações.
TRAILER DE ''A CASA VERDE''
O filme, para se justificar, tem uma boa intenção: abordar a causa ecológica, mais precisamente a sustentabilidade. No entanto, para que isso funcionasse satisfatoriamente, seria preciso uma história mais atraente, abordando com mais sutileza as lições sobre o meio ambiente.
A história começa com um desenhista (Nicola Siri, de "Diário de um Novo Mundo") em crise criativa, se esforçando para concluir uma história em quadrinhos. Atrapalhado e relapso, ele tem dificuldades em conduzir o enredo e os personagens, que parecem ganhar vida própria.
Num lugar chamado Casa Verde, uma mistura de centro comunitário e escola, um grupo de pré-adolescentes, conhecidos apenas como Nerd 1, Nerd 2 e assim por diante, passa o tempo em frente ao computador, enquanto um cientista maluco/professor (Lui Strassburger, de "Bicho de Sete Cabeças") inventa uma máquina de reciclagem.
Antes que o público se dê ao trabalho de tentar diferenciar os Nerds, eles saem de cena e sobra apenas a Nerd 1 (Alice Nascimento), que tenta desvendar o desaparecimento do cientista. Aparentemente, ele foi sequestrado pelo malfeitor (Zé Victor Castiel, de "Dias e Noites"), que enriqueceu com a coleta de lixo da região e possui um bando de capachos, entre eles a secretária/amante (Ingra Liberato, de "As Vidas de Maria").
A única pessoa que mantém contato com a Nerd 1 é sua amiga virtual, que atende pelo nome de Eu e é interpretada por Fernanda Moro ("Valsa para Bruno Stein). Depois de muita discussão, a personagem sai do mundo virtual e vem para a realidade, onde não poderá ficar por muito tempo porque logo sua bateria vai acabar. Mas, antes disso, ajudará Nerd 1 a encontrar o professor e se envolverá com o inventor Leonardo del Vinte (Leonardo Machado, de " 3 Êfes"), que parece ter descoberto a fórmula da vida eterna.
Ao final, "A Casa Verde" cheio de boas intenções e deficiências passa bem longe de cobrir a lacuna no cinema brasileiro que há anos negligencia o público infantil, produzindo pouquíssimos bons filmes para essa faixa etária.
(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb
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