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"Soberano" combina intimismo e conquistas do São Paulo

Waldir Peres é um dos entrevistados do documentário ""Soberano - Seis Vezes São Paulo"" - Divulgação
Waldir Peres é um dos entrevistados do documentário ''Soberano - Seis Vezes São Paulo'' Imagem: Divulgação

ALYSSON OLIVEIRA

16/09/2010 12h03

Não é de hoje que o cinema documental brasileiro descobriu o filão do futebol. Não o esporte em si, mas a paixão que os torcedores nutrem por seus times. Depois de filmes sobre Grêmio, Inter e Corinthians, a bola da vez é o São Paulo Futebol Clube, com "Soberano - Seis Vezes São Paulo", que estreia na sexta-feira em circuito nacional.

Dirigido pelo roteirista Maurício Arruda e pelo premiado documentarista Carlos Nader ("Pan-Cinema Permanente"), "Soberano", como é de se esperar, é uma declaração de amor e gols feita por são-paulinos para são-paulinos. Por isso, há a exaltação dos gols e dos heróis do time, como Telê Santana, Raí, Careca e Rogério Ceni. O documentário acompanha os seis títulos nacionais do time (1977, 1986, 1991, 2006, 2007 e 2008) e destaca alguns de seus personagens mais importantes para cada conquista.

Os diretores, no entanto, procuram entrelaçar o grandioso - ou seja, as conquistas, algumas ao custo de muito esforço - com o lado intimista - com a história de torcedores selecionados pela Internet. É como se o filme investigasse até que ponto o futebol invade a vida de uma pessoa. Não é objetivo de "Soberano" realizar uma investigação profunda nesse sentido, e isso não é um pecado. Mas, nas entrelinhas, salta o conteúdo humano que permeia o futebol.

Um ponto em comum que une os depoimentos e serve de bússola para o filme é a relação pai e filho, que, segundo os diretores, surgiu espontaneamente. O amor pelo clube é um catalisador nas relações pessoais.

Os depoimentos transitam entre o cômico - um torcedor que abre mão da noite de núpcias para acompanhar a decisão do campeonato numa televisão no saguão do hotel - e o dramático: um rapaz que, quando criança, recém-operado de um câncer, vibrava com seu time, para desespero dos médicos que temiam que os pontos da cirurgia arrebentassem. São essas histórias diversificadas que trazem riqueza e densidade para o filme.

Além disso, mostra-se que o SPFC é um dos times mais organizados técnica e estruturalmente do país, e essa característica acaba sendo fundamental para erguer o time nos momentos mais difíceis.

Para completar o escrete de são-paulinos atrás das câmeras, além do diretor há também o músico Nando Reis que, ao lado de Os infernais, executa as canções originais que fazem parte da trilha do filme.

(Do Cineweb)

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb