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Hugh Jackman diz que "Os Miseráveis" foi o seu "maior desafio"

Isabelle Allen e Hugh Jackman em cena de "Os Miseráveis", de Tom Hooper - Divulgação
Isabelle Allen e Hugh Jackman em cena de "Os Miseráveis", de Tom Hooper Imagem: Divulgação

Christine Kearney

27/12/2012 11h27

O ator australiano Hugh Jackman diz que sua experiência em musicais e filmes de ação o fez sentir-se como se "todas as estrelas estivessem se alinhando" quando ele assumiu o papel do protagonista Jean Valjean na versão cinematográfica de "Os Miseráveis".

Jackman, de 44 anos, talvez mais conhecido por seu papel como Wolverine na série de filmes "X-Men", falou à Reuters sobre as exigências do papel na adaptação do diretor britânico Tom Hooper de "Os Miseráveis", musical que fez sucesso quando Jackman ainda era um adolescente.

Reuters - Esse papel parece ter sido feito sob medida para você.
Hugh Jackman - Eu certamente o senti como o maior desafio que já tive. Nunca estive tão na frente para ganhar um papel. Parecia que era a hora certa. Mas assim que consegui o papel, vou admitir aqui que houve momentos em que eu pensei: "Oh talvez eu tenha pego um pedaço um pouco maior do que eu posso mastigar", porque é um papel muito difícil em todos os sentidos -- fisicamente, verbalmente, emocionalmente".

Toda a sua experiência na Broadway, e nos filmes, te conduziu a esse papel?
Eu nunca esperava essa trajetória de filmes de ação, o que era uma coisa estranha para mim, e musicais, que também foram uma coisa estranha para mim. Eu era formado em teatro.... Então, havia muito tempo que eu queria unir as duas coisas. Esperei a coisa certa, e quando isto aconteceu era como dizer "Oh meu Deus, eu nem precisava pensar duas vezes sobre isso". Então, acho que me sinto como se todas as estrelas tivessem se alinhado, e graças a Deus demorou 27 anos para isso acontecer."

A maioria dos atores minimiza as chances para o Oscar, e este filme está causando burburinho. O que você acha?
É claro que é o sonho de todo ator. No nosso negócio, é a maior prêmio que existe. É um sonho. Não cresci pensando que eu ia ser um ator, e menos ainda com a esperança de um dia ganhar um Oscar ... Nunca foi parte da minha realidade. Eu fui para a escola de teatro quando estava com 22 anos. Nem me lembro de ter pensado em ser um ator profissional até os meus 30 anos e na escola de teatro.

O que você teve de fazer para convencer Tom Hooper a te dar o papel?
O que eu precisava para convencê-lo era (mostrar) que é possível fazer com que as falas cantadas pareçam naturais. Sei que ele estava cético em relação a isso, e que estava nervoso, com razão, quanto à possibilidade de um musical realmente tocar as pessoas e levar os não aficcionados por musicais a se envolverem, se sentir em casa com a forma cantada, porque é certo que isso é altamente antinatural, não é?... Eu sabia que precisava convencê-lo de que a emoção e a história, os pensamentos do personagem, poderiam parecer naturais.

Você esteve sob muita pressão nos ensaios?
Sua voz tem de ser tão boa na primeira como na nona (tomada de cena). Porque, digamos que ele (Hooper) obtenha o movimento de câmera, ou uma boa atuação na nona. Você não pode tirar o vocal de outra, ou cortar para a segunda tomada, porque o ritmo seria diferente. Então, eu acho que ele estava testando a resistência também, tenho certeza, para ver se as pessoas podiam cantar em sintonia.

Você é conhecido como um dos astros mais sinceros de Hollywood. Quem é o seu modelo para essa característica de personalidade?
Meu pai tem muitas qualidades de humildade. Ele é muito tranquilo, é mais humilde do que eu. Se eu pensar sobre isso, há muitas qualidades de Jean Valjean em meu pai. Ele nunca disse uma palavra ruim sobre ninguém, ele é um homem religioso, no sentido mais tradicional, e ainda assim ele nunca fala sobre isso. Ele é um homem de ação.