Woody Allen roubou todas as atenções hoje na Croisette. Os jornalistas fizeram a maior fila do festival até agora para assistir ontem a seu novo filme, a comedia ''Vicky Cristina Barcelona'', seu primeiro filme rodado na Espanha. O novo pais fez bem a Woody: "Vicky" é talvez sua comedia mais engraçada desde "Tiros na Broadway".

No filme, duas amigas, Vicky (a revelação britânica Rebeca Hall) e Cristina (Scarlet Johansson, em seu terceiro filme com o diretor) passam ferias em Barcelona e conhecem um charmoso pintor, Juan Antonio (Javier Bardem). Juan fica com Cristina, mas logo reaparece em sua vida a ex-mulher histérica e desequilibrada, Maria Helena - Penélope Cruz, em uma atuação divertidíssima que deve lhe garantir uma indicação ao Oscar de atriz coadjuvante no ano que vem.

Os personagens de Scarlet, Bardem e Penélope formam durante um tempo um picante triangulo amoroso, com direito a beijo triplo e outro somente entre as duas estrelas. "Na vida real, os triângulos amorosos não funcionam, apenas na arte. Já é tão difícil encontrar uma pessoa só", brincou Allen na coletiva, acompanhado de Penélope e Rebeca Hall. Bardem e Johansson não puderam vir a Cannes.

"Eu tentava convencer Woody de que minha personagem devia ser um pouco mais discreta e menos histérica, mas ele me dizia: 'Acredite, conheço muitas pessoas assim'", contou Penélope, que fugiu da pergunta sobre o beijo lésbico. "Já me perguntaram sobre isso muitas vezes, e eu nunca sei o que responder. Apenas fico pensando o que Woody diria no meu lugar", desviou.

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