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12/05/2009 - 15h59

Brasileiros têm presença reduzida em Cannes 2009

THIAGO STIVALETTI
Colaboração para o UOL, de Cannes
Se no ano passado o Brasil brilhou com dois filmes na competição do Festival de Cannes - "Ensaio sobre a Cegueira", de Fernando Meirelles, e "Linha de Passe", de Walter Salles -, este ano a presença brasileira no evento ficou mais reduzida.

Nenhum filme latino-americano conseguiu lugar na competição de Cannes 2009. Mas dois longas nacionais conseguiram um bom destaque na seleção oficial deste ano. "À Deriva", o terceiro longa-metragem de Heitor Dhalia ("Nina", "O Cheiro do Ralo"), garantiu um lugar na prestigiosa mostra Um Certo Olhar, voltada à descoberta de novos autores. É a mesma mostra que exibiu, no ano passado, "A Festa da Menina Morta", de Matheus Nachtergaele, com estreia prevista para junho no Brasil.

VEJA O MAKING OF DE "À DERIVA"

"À Deriva" tem muitos méritos para estar na seleção, mas o que mais deve ter contado na escolha foi a presença de Vincent Cassel, astro francês do primeiro time, no elenco. Quem brilha de verdade no filme, no entanto, é Debora Bloch, que terá a chance de ver seu talento reconhecido por críticos e cinéfilos do mundo todo presentes em Cannes. O filme, que pode levar prêmio, está previsto para estrear dia 31 de julho no Brasil.

O outro longa brasileiro é "No Meu Lugar", do diretor e crítico carioca Eduardo Valente, um dos editores do site Cinética, que passa como sessão especial da Cinéfondation, a mostra competitiva dos curtas - Valente venceu essa mostra com o curta "Um Sol Alaranjado". "No Meu Lugar" contra três histórias que se cruzam em um episódio violento no Rio, com a invasão de um policial a uma casa onde um seqüestrador mantém um refém sob seu poder.

  • Divulgação

    Cena de "No Meu Lugar", primeiro longa de Eduardo Valente, que será exibido na seleção oficial


O filme de Valente foi exibido no Festival de Tiradentes em janeiro, mas a recepção em Cannes pode encontrar um problema: se o filme põe mesmo o dedo na ferida da violência urbana brasileira, essa abordagem pode não agradar tanto aos críticos estrangeiros, que estão cansados do tema desde "Cidade de Deus". Os europeus, pelo menos, têm mais apetite por um retrato mais lírico das desigualdades sociais, como faz Walter Salles.

  • Reprodução

    Cena de "Espalhadas pelo Ar"

De resto, duas curtas-metragistas promissoras dão seus primeiros passos em Cannes, abrindo portas para apresentar aqui seus futuros filmes. A paulistana Vera Egito, que apresenta dois curtas na Semana da Crítica ("Elo" e "Espalhadas pelo Ar") tem um olhar feminino no melhor sentido da palavra, mostrando nos dois curtas visões femininas e sutis sobre as descobertas da adolescência e os encontros fortuitos da vida. Como "À Deriva", é cinema de padrão internacional, no bom sentido, de boa comunicação com todas as plateias.

E a pernambucana Renata Pinheiro teve seu "Superbarroco" selecionado para a paralela Quinzena dos Realizadores. O curta, que fez sucesso no Festival de Brasília do ano passado, tem um estilo mais ousado e grande imaginação visual. Deve agradar aos cinéfilos mais eruditos - e tem chance de levar prêmio.

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