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Festival de Cannes 2010

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19/05/2010 - 12h02

Venezuelano "Carlos, o Chacal" é o protagonista do dia em Cannes

Cannes, França - Um filme de mais de cinco horas sobre o venezuelano "Carlos, o Chacal", um personagem contraditório que esteve no centro da história do terrorismo internacional nos anos 1970 e 1980, é o destaque desta quarta-feira no Festival de Cannes.

O jovem ator venezuelano Edgar Ramírez, que dá vida ao enigmático e megalomaníaco Ilich Ramírez Sánchez, é quem leva nos ombros a telessérie "Carlos", de três capítulos, dirigida pelo francês Olivier Assayas.

O filme, que será exibido no mesmo dia pelo Canal+ francês, tenta decifrar quem é este personagem, nascido em 12 de outubro de 1949 em Caracas e que agora está atrás das grades na França, cumprindo uma pena de prisão perpétua por crimes terroristas.

"Outro realizador teria feito de Carlos um estereótipo: seja um terrorista abominável e sanguinário, seja um revolucionário idealista e romântico. Mas Assayas não cai nisso, e sim retrata as nuanças do personagem", afirmou à AFP Edgar Ramírez, de 32 anos.

O filme, que custou 15 milhões, tenta decifrar esta figura importante da extrema-esquerda internacional, que se converteu num mercernário oportunista a serviço da espionagem de países do Oriente Médio e que foi detido pelos serviços secretos franceses em Cartum, em 15 de agosto de 1994.

O filme capta a transformação do personagem, desde seu começo ao lado dos palestinos radicais, seus primeiros atentados em Londres, até suas missões para o Iraque e a Síria, passando por seus esconderijos na Hungria e Alemanha Ocidental.

"E, ao fazer isso, reconstitui uma época", explicou ainda o protagonista do filme, que provocou polêmica antes mesmo de estrear.

Não apenas pelas críticas a Assayas por ter consagrado um filme a um homem condenado por terrorismo, como também pela inclusão na mostra oficial do Festival de Cannes, já que se trata por um filme feito para a televisão, o que contraria os estatutos do Festival.

Além disso, o Canal + é sócio oficial do Festival de Cannes, o que também alimentou a controvérsia.

Esperando calar as críticas, os organizadores do evento incluíram o filme na seleção oficial do Festival, mas fora de competição pela Palma de Ouro.

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