Ex-"Malhação", Joana Balaguer está em dose tripla na TV em Portugal

A temporada de 2005 de "Malhação" foi marcada pelo triângulo Jaque (Joana Balaguer), Betina (Fernanda Vasconcellos) e Bernardo (Thiago Rodrigues). Em reprise no canal Viva, a novelinha desperta a nostalgia do público e muita gente tem curiosidade sobre Joana, a mais sumida do trio. Mas ela não largou a profissão. Ao contrário: em Portugal, onde mora há oito anos, ela estará no ar em três novelas diferentes muito em breve.

Além da reprise de "Lua Vermelha", sua primeira novela portuguesa, e de "Balacobaco", da Record, Joana grava desde janeiro "Amor Maior", da SIC. Será seu primeiro trabalho como atriz depois de um bom tempo dedicada exclusivamente ao filho, Martin, 2.

"Confesso que estava meio receosa de voltar, depois de três anos e pouco parada. A vida estava redondinha, em termos de rotina: casa, Martin, marido, site. Mas foi a melhor coisa que fiz, atuar me realiza. Fico contando os dias para poder gravar", conta a atriz de 32 anos.

Segundo ela, o ritmo de trabalho por lá é mais tranquilo. Sem falar na abordagem dos fãs, muito diferente da época em que encarnava a vilã em "Malhação".

"Se alguém pedir para tirar foto é brasileiro. Os portugueses olham, sorriem, respeitam muito, não querem atrapalhar. Quando vêm perguntar se sou eu mesma é com milhões de dedos", conta ela, que recorda a "loucura" de sua estreia na TV com carinho.

"A gente não conseguia nem sair de carro do Projac. Muitos [atores] não davam bola, mas eu parava, abaixava o vidro, falava, abraçava, tirava foto. Tenho um quadro no meu quarto que é de um grande fã, que fez um desenho para mim. Eles são muito queridos. Fazia muito bem. O artista gosta da calmaria, mas também gosta de ser reconhecido. Era maravilhoso", lembra.

A transição da carreira de modelo para a de atriz, aos 19 anos, com uma personagem de peso não foi fácil, ela reconhece. Mas o resultado foi o que ela considera o grande marco da carreira. 

"Hoje acho que me prepararia melhor, era muito oba oba, um monte de adolescentes, muitas festas. Hoje em dia vejo as cenas da Jaque e falo: 'O quê?' [risos] Mas foi bom ter disciplina, responsabilidade. Era uma carga de trabalho muito grande. Tenho muito contato com as pessoas que trabalharam comigo e sempre respondo todas as mensagens dos fãs via Instagram. Às vezes as pessoas acham que estou sem atuar e eu gosto de dar esse feedback. Sinto muita saudade, é uma novela que eu adoraria poder fazer de novo", afirma.

Segundo Joana, não existe tanto glamour em torno da profissão em Portugal. E ela não sente a menor falta. "Não sinto falta da obrigação de estar sempre linda, maravilhosa, impecável. Sinto falta daquela coisa agitada de gravar de segunda a sábado e pegar uma ponte aérea para fazer um desfile, fotos... Um fã mandou uma foto minha em um desfile em Teresina e eu nem lembrava que tinha ido lá! Dei um Google e vi que tinha ido sim", conta.

Em geral, a atriz visita a família e os amigos no Rio de Janeiro duas vezes por ano. "Minha família tem vindo muito para cá, então fico mais tranquila em relação à saudade. Sinto saudade do astral do Rio. Na primeira semana, eu odeio. Na terceira, não quero ir embora. É minha cidade, onde me sinto bem. Mas amo Portugal, é meu país do coração e me considero totalmente portuguesa", diz ela, que já viveu também em Moçambique e na Austrália.

Joana e o marido, Paulo, criam Martin sem a ajuda de uma babá, como a maior parte dos portugueses. Recentemente, ela conta com uma empregada duas vezes por semana, mas faz ela mesma muitas tarefas domésticas: passar roupa, no entanto, não é seu forte. O ritmo de vida mais calmo, como ela diz, permite buscar e levar o filho na escola e almoçar com o marido. "Aqui em Portugal se tem uma vida muito tranquila, é um ritmo muito diferente do Brasil. Como diz minha mãe, aqui as pessoas vivem", afirma.

Dedicada 24 horas por dia ao filho desde que ele nasceu, Joana diz só ter sentido falta de outra ocupação quando ele começou a frequentar a escola. E foi aí que surgiu o site Cidades de Portugal, que ela escreve com base em suas viagens pelo país. 

"Adoro porque une três coisas que eu amo: viajar, Portugal e escrever. Recebo muitas mensagens de pessoas querendo tirar dúvidas e achei que era bacana fazer um site onde pudesse responder a mais gente. Encontrei na rua um senhor paulista que se mudou para cá e foi morar num bairro que eu indiquei. É impressionante, às vezes nem eu tenho a ideia do quanto esta crescendo", comemora.