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Oscar 2017: “Moonlight” é um filme grandioso, belo e perturbador

Nilson Xavier

18/02/2017 23h43

Mahershala Ali (Foto: divulgação)

Por ser um filme perturbador, acho que esperava um final mais esmiuçado do excelente "Moonlight, Sob a Luz do Luar". Confesso que me senti um pouco frustrado. Mas a impressão se dissipou: isso em nada diminui a grandiosidade dessa obra. O filme trata de temas espinhosos de forma crua, mas também lírica em algumas passagens. O protagonista Chiron é vivido por três atores diferentes, em diferentes fases de sua vida. A grande interpretação é de Naomie Harris, que faz a mãe drogada de Chiron. Já o melhor dos Chirons é o adolescente, vivido por Ashton Sanders.

Um filme bonito, profundo, denso, e acima de tudo bem dirigido (por Berry Jenkins). É o meu favorito ao Oscar principal, mas sabemos que tem poucas chances frente o arrasa-quarteirões "La La Land". Seria uma boa resposta da academia à polêmica da ausência de negros na premiação passada: os único atores brancos em "Moonlight" são uma meia-dúzia de figurantes numa cena de lanchonete. E o filme tem mais referências ao Brasil do que a simples menção ao nosso país. 5 estrelas.

Ah, e se tivesse um Oscar para cartaz de filme, este ganharia fácil, veja que beleza!

8 indicações: filme, diretor (Barry Jenkins), ator coadjuvante (Mahershala Ali), atriz coadjuvante (Naomie Harris), roteiro adaptado, fotografia, edição e trilha sonora original.

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Sobre o autor

Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.

Sobre o blog

Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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