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11/02/2010 - 13h35

Herzog critica falta de histórias e excesso de efeitos no cinema

Berlim, 11 fev (EFE).- O cineasta alemão e presidente do júri do Festival de Berlim, Werner Herzog, afirmou hoje que a indústria cinematográfica padece de "histórias" e têm "excesso de efeitos digitais".

Durante a apresentação oficial do júri do festival berlinense, que inclui a atriz americana Renée Zellweger e o produtor espanhol José María Morales, Herzog apontou que os efeitos especiais "são uma grande conquista da ingenuidade humana".

"Serei o último a desprezar os efeitos especiais. Mas não sou um homem de cinema digital, mas de película", apontou.

Herzog, autor de filmes como "Lebenszeichen" (1968) e "Fitzcarraldo" (1982), assegurou que todos os filmes na competição - 20 do total de 26 - partem com "a mesma medida de simpatia" do júri.

"Nenhum de nós sabe o que faz um bom filme", explicou o diretor, ressaltando, porém, que as grandes histórias se caracterizam por "uma porção de verdade escondida".

Morales revelou que fazer parte do júri da Festival de Berlim é um "sonho" iniciado no ano passado com a apresentação do filme hispânico-peruano "La teta asustada" de Claudia Llosa, que conquistou o Urso de Ouro.

Assinalou que "julgar não é fácil" e destacou que é uma grande responsabilidade.

Morales produziu mais de 50 filmes, entre estes alguns trabalhos com os argentinos Lucrecia Martel e Daniel Burman e de outros cineastas como Arturo Ripstein, Costa Gavras e Goran Paskaljevic.

Herzog lembrou o triunfo de "La teta assustada", uma "conquista extraordinária" para Llosa e para o cinema peruano e serviu para demonstrar que os cineastas jovens têm potencial para estarem no festival.

Zellweger, que o ano passado apresentou na seção oficial "Tudo por você" de Richard Loncraine, destacou que integrar o júri do Festival de Berlim permite "voltar às raízes" e lembrar "que ama fazer cinema".

"A partir de um ponto de vista egoísta, qualquer desculpa é boa para voltar a Berlim", ressaltou.

Integram o júri do Festival de Berlim, que começa hoje com o filme chinês "Tuan Yuan" (Separados juntos, em livre tradução), de Wang Quan'an, a diretora italiana Francesca Comencini, autora de "Lo Spazio bianco" e "Pianoforte", e a intérprete chinesa Yu Nan, protagonista de "O casamento de Tuya", que ganhou o Urso de Ouro em 2008.

O escritor somali Nuruddin Farah e a atriz alemã Cornelia Froboess completam os jurados do festival que entregará os Ursos no dia 20.

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