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26/09/2010 - 07h00

"Ainda tenho minha chance de virar herói", diz o ator Michael Madsen no Festival do Rio

Carlos Helí de Almeida
Colaboração para o UOL, do Rio
  • Michael Madsen, que atua em Federal, no The Gumball 3000 Rally, em Londres, realizado em maio deste ano

    Michael Madsen, que atua em "Federal", no The Gumball 3000 Rally, em Londres, realizado em maio deste ano

Michael Madsen ainda se lembra do momento em que percebeu que sua carreira estava perigosamente atrelada ao estereótipo do homem mau. “Foi quando o diretor Roger Donaldson me convidou para fazer “A Fuga” (1994), refilmagem de “Os Implacáveis” (1972), de Sam Peckinpah. Sabia que poderia fazer o papel que fora de Steve McQueen no filme original, o vigarista carismático, mas acabei ganhado a parte de Rudy Travis, um dos parceiros de crimes do protagonista. Aquilo foi muito frustrante”, confessa o ator de 53 anos, completados ontem, ao UOL, no Brasil para acompanhar a sessão de gala de “Federal”, de Erik Castro, no Festival do Rio, hoje (26) às 19h15 no Espaço de Cinema 1.

A maldição que até hoje persegue Madsen começou com “Cães de Aluguel” (1992), de Quentin Tarantino, no qual o ator deu vida ao sádico Mr. Blonde, um dos integrantes do bando de criminosos do filme --o ator voltaria a trabalhar com Tarantino em “Kill Bill: Volume 1” (2003) e “Kill Bill: Volume 2” (2004). A performance no primeiro longa do diretor foi tão marcante que nem o papel de pai generoso nos dois filmes da franquia “Free Willy”, iniciada no ano seguinte, conseguiu livrar-lhe da imagem de vilão.

Madsen, no entanto, não ficou muito tempo remoendo mágoas. “Eu precisava trabalhar, tenho filhos [cinco] e ex-mulheres [duas] para sustentar. Temos que levar em conta que Humphrey Bogart fez uns 45 filmes antes de se transformado em lead man por John Huston em ‘O Falcão Maltês’ (1941). Então, ainda tenho minha chance de virar herói”, brinca o ator que, ao vivo e em cores, não tem nada de bicho-papão.

Em “Federal”, que chega ao circuito comercial brasileiro em novembro, Madsen interpreta outro personagem intragável: Sam Gibson, um agente do Departamento de Narcóticos do governo dos Estados Unidos, envolvido até o pescoço com o tráfico de drogas de Brasília. Aparece em apenas três sequências, mas ainda assim consegue deixar sua marca impressa na tela.

“Anos atrás, encontrei o produtor francês Luc Besson, da Eurocorp (coprodutora de ‘Federal’) no Festival de Cannes. O cara faz filmes de todos os tipos e então cobrei a participação em dos projetos dele. Naquele momento, Besson não tinha nada em que pudesse me encaixar, em termos de protagonista ou uma participação tão significativa quanto, mas ficou de me indicar para um filme que estava fazendo fora da França”, conta o ator. “Quando o meu agente me ligou para dizer que o filme seria feito no Brasil, onde nunca tinha ido, fechei imediatamente”.

Foram 5 dias de filmagem na capital federal. A maior parte do tempo passada no quarto do hotel. “Brasília tem uma arquitetura impressionante, mas não há muito o que fazer por lá. O Brasil que eu queria conhecer estava lá. Mas gostei de trabalhar com a equipe do Erik, de conhecer o processo de trabalho dos brasileiros. Era uma equipe de gente nova, me fizeram rejuvenescer um pouco também”, elogia Madsen, que trouxe consigo um exemplar de seu primeiro livro de poesias, “The Poetic Works of Michael Madsen”, que espera um dia ser lançado no Brasil.

Em sua passagem pelo Rio – o ator e a mulher dele, Deanna, ficam na cidade até segunda-feira – Madsen pretende fazer o papel de turista. Andou por algumas praias da orla e visitou o Cristo Redentor. Ficou impressionado não somente com a paisagem que viu lá de cima, como também com o monumento religioso em si. “A estátua é de uma beleza extraordinária. Achei o Cristo mais belo e mais simbólico do que a nossa Estátua da Liberdade. É verdade que, assim como ela, o Cristo Redentor foi um presente dos franceses?”, quis saber o ator.

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