Crítica francesa aplaude 'Abel', do mexicano Diego Luna
PARIS, França - Lançado na quarta-feira passada, na França, "Abel", primeiro filme de ficção dirigido pelo ator mexicano Diego Luna, foi recebido com o aplauso praticamente unânime da crítica parisiense. O Abel do título é um menino autista, criado em um centro de atendimento e que volta para casa com a mãe e os dois irmãos. Ele se vê como chefe da família, sem que ninguém o discuta, até que um dia o pai volta para casa.
"Com a distância, acho que empurramos as crianças para deixar de ser crianças antes do tempo, os confrontamos com temas como a morte, a violência, a guerra, a separação dos pais, sem sequer nos darmos conta nem pararmos para pensar primeiro neles", disse Diego Luna à AFP por ocasião da pré-estreia do filme no último Festival de Cannes.
Várias publicações ressaltam que o filme "navega com brio entre o drama e a comédia".
Para o jornal de distribuição gratuita 20 Minutos, "esta primeira direção (...) revela uma assombrosa maturidade para traçar o perfil tragicômico de um menino magoado".
Segundo o Le Monde, "'Abel' se mantém à margem das duas influências que dominam hoje em dia o cinema mexicano, Robert Bresson (Carlos Reygadas, Amat Escalante, Fernando Eimbcke) e Hollywood (Alejandro González Giñárritu), Alfonso Cuarón. Entre ambas, Diego Luna começou a traçar um caminho promissor".
Para a revista de espetáculos Figaroscope, "este filme é uma espécie de pequeno milagre de sensibilidade sobre a história de um trauma".
Diego Luna "filma o 'huis clos' familiar com uma doçura fria, atenta a cada um dos personagens e evitando qualquer psicologismo. O jovem Abel não chora nunca, o filme tampouco", destacou o Libération.
Antes de "Abel", Diego Luna dirigiu um documentário sobre Julio César Chávez, lenda do boxe mexicano e mundial.
Aos 31 anos, ele trabalhou como ator em cerca de 40 filmes, entre eles "E Sua Mãe Também", "Nicotina", "Pacto de Justiça" e "Milk - A Voz da Igualdade".
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