Festival de Berlim abre com faroeste dos irmãos Coen, fora de competição
BERLIM - O 61º Festival Internacional de Cinema de Berlim, que começou nesta quinta-feira (10) com a projeção, fora de competição, do faroeste "Bravura Indômita" dos irmãos Joel e Ethan Coen, aguardava a vinda do cineasta iraniano Jafar Panahi, membro do júri, atualmente em prisão domiciliar em Teerã.
A disputa pelo Urso de Ouro será iniciada apenas na sexta-feira com a projeção de "O Prêmio", da argentino-mexicana Paula Marcovith, a história de uma menina de 7 anos durante a ditadura argentina, e de "Margin Call", do americano J.C. Chandor, um filme de suspense sobre a crise financeira internacional de 2008.
"Esperamos ainda que Jafar Panahi possa vir a Berlim. Não desistimos. Sua presença em um festival internacional é importante, pelo que continuemos pensando nele", declarou Isabella Rossellini à imprensa.
A atriz falava na presença da totalidade do júri, em um pequeno palco onde havia uma cadeira vazia destinada a Jafar Panahi.
Pela terceira vez desde o Festival de Cannes, em maio passado, e o Festival de Veneza, em setembro, Jafar Panahi é convidado a compor um júri, mas foi condenado no Irã a seis meses de prisão e 20 anos de proibição para rodar filmes por ter filmado manifestantes hostis ao regime em 2009. Ele está atualmente cumprindo prisão domiciliar em Teerã.
Jafar Panahi, 50 anos, venceu o prêmio Câmera de Ouro em 1995 em Cannes pelo filme "O balão branco", além do Urso de Prata em Berlim ,em 2006, por "Fora do jogo" e o Leão de Ouro em Veneza, em 2000, por "O círculo".
"Bravura Indômita", dos irmãos Coen, protagonizado por Jeff Bridges, Josh Brolin, Hailee Steinfeld e Matt Damon, baseado no romance de mesmo título do escritor Charles Portis, publicado em 1968, chegou a Berlim com dez indicações ao Oscar e um grande êxito de bilheteria nos Estados Unidos.
Filmado pela primeira vez há 40 anos, por Henry Hathaway, com John Wayne, "Bravura Indômita" conta a história passada no Arkansas em 1870 de uma menina de 14 anos, Mattie Ross (Hailee Seinfeld), que faz de tudo para vingar o assassinato de seu pai.
Os irmãos Coen esclareceram que não quiseram fazer uma nova versão do filme de Hathaway, o qual viram quando eram adolescentes, mas fazer uma adaptação do romance de Portis, cujo manejo do idioma inglês compararam com o de escritores como William Shakespeare e James Joyce.
"Não quisemos mostrar o mito do oeste, não consideramos essa história como um western, apesar de se passar no Arkansas do fim do séxulo 19. O que nos interessava era a história contada, seu simbolismo: a necessidade de ser fiel a alguém até o final", declarou Ethan Coen.
"Uma adaptação obriga a cortar, não dá para colocar tudo no filme. Gostamos muito desse filme quando lemos. Quando as pessoas envelhecem, começam a se interessar por coisas diferentes", completou Joel.
O ator Josh Brolin, que interpreta Tom Chaney, o assassino do pai de Mattie Ross, declarou que se os Estados Unidos gostaram tanto do filme, "é porque ele fala de lealdade, do espírito de comunidade, do trabalho, da coragem. Os Estados Unidos tornaram-se um país preguiçoso".
"Há alguns anos, os livros de autoajuda eram poucos, hoje em dia há estantes cheias nas livrarias de livros sobre como fazer isto ou aquilo. A história que 'Bravura Indômita' conta tem a ver com a simplicidade", completou Brolin.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.