Com estreia na sexta (28) nos EUA, "Gato de Botas" aposta na latinidade de Antônio Banderas e Salma Hayek
LOS ANGELES, EUA - Com heróis latinos e arte mexicana, "Gato de Botas", com as vozes de Antonio Banderas e Salma Hayek, consagra a influência cultural e econômica dos hispânicos nos Estados Unidos e é um reconhecimento por parte de Hollywood. O filme retoma um personagem de "Shrek", o Gato con Botas, que conquistou os fãs com os grandes olhos tristes e a voz de "latin lover" do espanhol Antonio Banderas. A dupla de atores virá ao Brasil em meados de novembro para promover o filme
Desde a estreia de "Shrek 2", que apresentou o personagem em 2004, o estúdio Dreamworks pretendia fazer um filme com o gato como protagonista. Dirigido por Chris Miller (que também foi responsável por "Shrek 3"), "Gato de Botas" estreia nesta sexta-feira (28) nos Estados Unidos e no início de dezembro no Brasil. "Quando cheguei a este país, nem sabia falar inglês", afirmou Antonio Banderas na apresentação do filme à imprensa. "O fato de ter sido chamado para usar minha voz em um filme é verdadeiramente um paradoxo".
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Fiel ao conceito que rendeu sucesso mundial a "Shrek" (US$ 2,9 bilhões em arrecadação com quatro filmes), "Gato de Botas" recicla a sua maneira vários clássicos. Da história original, o conto infantil de Charles Perrault, não resta quase nada. O felino é um órfão criado com Humpty Dumpty, um menino com forma de ovo (personagem de uma canção da língua inglesa), com quem parte na busca de uma gigante que os levará até a galinha dos ovos de ouro.
Salma Hayek
Miller me obrigou a explorar o improviso na comédia. Ele nem sequer me deu o roteiro
No meio do caminho conhece uma gata de olhos azuis tão maliciosa quanto ele, Kitty Softpaws, dublada pela atriz mexicana Salma Hayek. "Queria poder dizer alguma coisa sobre o Método, mas não", disse a atriz em referência à técnica de alguns atores de explorar suas emoções para entrar em um personagem. "Miller me obrigou a explorar o improviso na comédia. Ele nem sequer me deu o roteiro".
Os roteiristas deram um forte aspecto latino ao filme, com sua estética hispânica. Para um filme de Hollywood, comercial e voltado para o grande público, isto é uma novidade. "Quando cheguei aos Estados Unidos há 21 anos para fazer 'Os Reis do Mambo', alguém me disse: 'Prepare-se para interpretar sempre o vilão'. Mas em 20 anos as coisas mudaram muito", comentou Banderas. "É um reflexo do que acontece neste país. Os latinos vieram aos Estados Unidos para escapar de situações sociais e políticas difíceis em seus países. E trabalharam duro para que seus filhos entrassem na universidade. Agora seus filhos são médicos, arquitetos, banqueiros. Hollywood reflete isto."
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