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"É uma generosa recepção", diz irmão de Almodóvar sobre liderança nas indicações ao Goya

Mateo Sancho Cardiel

Madri

10/01/2012 11h38

"A Pele que Habito", de Pedro Almodóvar, recebeu 16 indicações aos prêmios Goya, o principal do cinema espanhol, seguido de perto por "No habrá paz para los malvados", de Enrique Urbizu, com 14.

"Trata-se de uma generosa recepção ", afirmou nesta terça-feira o produtor Agustín, irmão de Almodóvar. Anteriormente, por divergências com o modo de votação dos Goya, não concordar com as indicações e a falta de prêmios para seus filmes, ambos os irmãos deixaram a Academia de Cinema em 2004.

No entanto, eles voltaram em 2011. "Pedro está em Nova York e nem com o 'jet lag' ele acordou. Mas, ele receberá essa notícia com uma grande alegria", explicou Agustín, na sede da Academia de Cinema em Madri.

Em relação à chuva de indicações de "A Pele Que Habito", o irmão do famoso diretor confessou admirar "ainda mais" Almodóvar após a realização do filme "mais arriscado de sua carreira". O filme também levou Almodóvar ao pódio dos cineastas estrangeiros em Hollywood, já que garantiu sua sétima indicação ao Globo de Ouro de melhor filme (de idioma não inglês).

No entanto, o último filme de Almodóvar não foi selecionado para representar a Espanha na premiação do Oscar. "A Pele Que Habito", que estreou nos Estados Unidos no Festival de Cinema de Nova York, é um thriller doentio e cheio de complexas narrativas e reflexões sobre a identidade, que se coloca no lado mais arriscado de sua filmografia, o mesmo caminho de "Fale com Ela"(2002).

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Almodóvar, que já venceu o Goya com "Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos", "Tudo Sobre Minha Mãe" e "Volver", concorre aos prêmios de melhor filme e diretor com "Não Haverá Paz Para os Malvados", de Enrique Urbizu; "A Voz Dormida", de Benito Zambrano, e "Blackthorn", de Mateo Gil. Frente à dramática claustrofobia de "A Pele Que Habito", Urbizu apresenta 14 indicações com seu filme.

Zambrano, com sua visão feminina do pós-guerra com "A Voz Dormida", obteve nove. Já o western crepuscular "Blackthorn", de Mateo Gil, foi finalista em 11 categorias. "Não Haverá Paz Para os Malvados" se destaca com a interpretação de José Coronado, o qual vive um conturbado policial heterodoxo.

Os quatro longas-metragens disputam a categoria principal, melhor filme, na 26ª edição do Goya, considerado o Oscar do cinema espanhol. A premiação está marcada para o dia 19 de fevereiro, no Palácio de Congressos de Madri. Os quatro cineastas também disputarão a categoria de melhor diretor.

Coronado disputará o prêmio de melhor ator com Antonio Banderas e seu vulnerável psicopata de "A Pele Que Habito". O ator hispano-alemão Daniel Brühl, de "Eva" - filme onipresente nos afastados técnicos até conseguir 12 indicações - e Luis Tosar, de "Enquanto Dormes", também estão no páreo.

Já na categoria de melhor atriz, além de Elena Anaya - que tomou o bastão de Penélope Cruz como musa de Almodóvar -, foram indicadas Verónica Echegui por "Katmandu", de Icíar Bollaín, e a mexicana Salma Hayek por "A Chispa da Vida", de Álex de la Iglesia. A festa de premiação da 26º edição dos prêmios Goya será realizada dia 19 de fevereiro, no Palácio Municipal de Congressos de Madri, onde Eva Hache substitui Andreu Buenafuente e assume a apresentação da cerimônia.

Entre os atores, os indicados são José Coronado, Antonio Banderas, Daniel Bruhl e Luis Tosar. Entre as mulheres estão na disputa Verónica Echegui, Salma Hayek, Elena Anaya e Inma Cuesta.

*Com informações da EFE.