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Brad Pitt diz que não se aventuraria como diretor porque "família vem em primeiro lugar"

George Clooney e Brad Pitt se encontram em almoço pré-Oscar em Beverly Hills (06/02/12) - AFP
George Clooney e Brad Pitt se encontram em almoço pré-Oscar em Beverly Hills (06/02/12) Imagem: AFP

Londres

08/02/2012 14h55

Feliz, perfeccionista e muito apegado à família, o ator Brad Pitt curte cada vez mais as alegrias do trabalho de produtor de cinema, com o qual tenta dar uma oportunidade a projetos que não seriam concretizados sem o apoio de um astro de Hollywood e vê seu trabalho reconhecido com várias indicações ao Oscar.

O ator de 48 anos foi um dos 150 indicados ao Oscar a comparecer nesta semana ao almoço organizado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas em Beverlly Hills.

Depois de ter sido indicado em 1996 como coadjuvante por "Os 12 Macacos" e em 2009 como protagonista por "O Curioso Caso de Benjamin Button, Pitt voltou a ser reconhecido este ano por "O Homem que Mudou o Jogo" (Moneyball), com indicações de melhor ator e filme, já que é um dos produtores do longa-metragem.

A história de um dirigente de beisebol que revoluciona o esporte no início dos anos 2000 nunca teria saído do papel se Brad Pitt não tivesse investido, literalmente, no projeto.

"Isto é o que mais gosto no trabalho de produtor. Todos os filmes citados hoje não teriam visto a luz se alguém não tivesse a impressão de que poderiam ser bons filmes, e depois a possibilidade e a coragem para executá-los", declarou à AFP.

Além de "Moneyball", no qual investiu como um projeto pessoal, Pitt também é muito atuante em sua produtora Plan B Entertainment, que contribuiu para o financiamento, por exemplo, do filme de Terrence Malick "A Árvore da Vida", no qual atua e que também foi indicado ao Oscar de melhor filme.

Os olhos do ator brilham ao lembrar da experiência de trabalhar com um dos mestres do cinema americano, que conquistou a Palma de Ouro no Festival de Cannes do ano passado.

"Terrence levantava de manhã e escrevia um mar de ideias sobre as cenas do dia, depois vinha e nos mostrava as páginas. E nós geralmente não fazíamos mais que duas tomadas de cada cena", recordou.

"Não é um diretor que deseja que 'interpretemos' as cenas. Quer que nos 'descolemos' e ele estará lá para capturar estes momentos, que para ele se parecem com a vida", explicou. "Por isto as crianças do filme não recebiam o roteiro. Elas iam e se vestiam como queriam a cada dia, isto não importava. Era como brincar, tentar recriar a vida e capturar estes momentos".

"Era uma ideia muito interessante para mim. Dá um frescor, um caráter imediato, porque você está como você mesmo, ao invés de simular que está por conta própria". Incansável e muito solicitado, Brad Pitt optou no entanto por afastar-se um pouco dos sets em 2011, enquanto sua companheira, a atriz Angelina Jolie, trabalhava no lançamento e promoção de seu primeiro filme como cineasta: a história passada na guerra Bálcãs "In the Land of Blood and Honey".

"A família vem em primeiro lugar", disse o ator, que tem seis filhos com Jolie, três deles adotados. "No último ano precisava passar mais tempo com minha família, assim tirei um tempo para desenvolver projetos".

Ao ser questionado se gostaria de seguir os passos de Angelina e atuar como diretor, foi sincero. "Não. Isto seria demais, sou muito perfeccionista. Ficaria longe da minha família por muito tempo e não sei se isto beneficiaria alguém".

"Prefiro ficar do lado das histórias, trabalhar como produtor criativo e como ator. Há muitas coisas que tenho vontade de fazer e não quero dedicar-me a fazer filmes as 24 horas do dia", concluiu.