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Festival de Cannes deveria parar de crescer, diz presidente do evento, Gilles Jacob

Presidente do Festival de Cannes, Gilles Jacob, posa com cartaz da edição de 2012 ao fundo (16/5/12) - Franck Fife/AFP
Presidente do Festival de Cannes, Gilles Jacob, posa com cartaz da edição de 2012 ao fundo (16/5/12) Imagem: Franck Fife/AFP

Em Cannes

24/05/2012 15h30

O Festival de Cannes deveria "parar de crescer", afirmou seu presidente Gilles Jacob em entrevista ao jornal "Nice Matin" nesta quinta-feira (24), ao ressaltar, contudo, que a situação é "quase impossível de ser solucionada" e que os artistas fazem apenas o combinado.

"Teria que parar de crescer, para não se tornar um incômodo. Cannes é a cidade mais bonita que recebe um festival de cinema, mas precisa continuar a ser um prazer, não uma restrição", declarou.

"Ao mesmo tempo, cada vez mais pessoas e meios de comunicação querem vir, não podemos proibi-los. É quase impossível de se solucionar", observou o presidente do Festival de Cinema de Cannes, que, como o responsável geral Thierry Fremaux, foi reconduzido para mais um mandato de três anos, até 2014.

"Anteriormente, Kirk Douglas jogava futebol com os jornalistas e víamos as celebridades atravessando a Croisette para chegar à praia", acrescentou Gilles Jacob.

"Para o público, a magia está intacta (...), mas hoje há todo um ambiente ao redor, agentes, gerentes, empresários, e os atores se movem em limusines de vidros escuros", lamenta o presidente do Festival Cannes.

"Quando eles descem as escadas, alguns conversam com as pessoas, outros não. Muitos fazem apenas o que foi combinado, passam um dia curto com a imprensa, e vão embora. É quase uma fábrica. Falta humanidade", afirma.