"Amour", do austríaco Michael Haneke, conquista a Palma de Ouro
CANNES, França -"Amour", um filme sóbrio e comovente do diretor austríaco Michael Haneke, sobre o acaso da vida, conquistou neste domingo a Palma de Ouro do 65º Festival de cinema de Cannes.
Inconfundível com sua barba e cabelos brancos, sempre vestido de preto, o cineasta, que já havia recebido uma Palma de Ouro em 2007 por "A Fita Branca", subiu ao palco acompanhado pelos intérpretes de seu filme, os lendários atores franceses Jean-Louis Trintignant e Emmanuele Riva.
Os octogenários atores franceses interpretam em "Amour" um casal cheio de amor e cumplicidades, que quase não precisa de palavras para se entender. Mas um dia toda essa vida desaba, quando ela fica doente.
O filme, que se passa inteiramente em um apartamento parisiense, retrata a deterioração acarretada pela velhice, refletindo com compaixão a dor de assistir à doença de um ente querido, de observar sua lenta passagem em direção à morte.
Mas Haneke não o faz com crueldade, mas com uma sensibilidade impressionante, com um grande humanismo e uma emoção contida. "Quando se chega a uma certa idade, o sofrimento inevitavelmente te comove. É tudo o que queria mostrar, nada mais", disse Haneke em uma coletiva de imprensa em Cannes, após a apresentação deste filme austero e doloroso.
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