Topo

Michael Cimino apresenta nova versão do faroeste "O Portal do Paraíso" em Veneza

O diretor Michael Cimino recebe o prêmio Persol Award 2012 no Festival de Veneza (30/8/2012) - Gabriel Bouys/AFP
O diretor Michael Cimino recebe o prêmio Persol Award 2012 no Festival de Veneza (30/8/2012) Imagem: Gabriel Bouys/AFP

De Veneza

30/08/2012 13h48

A lenda de Hollywood Michael Cimino falou com emoção nesta quinta-feira (30), no Festival de Veneza 2012, onde fez o anúncio de uma nova versão de seu "O Portal do Paraíso", um dos maiores fracassos do cinema de todos os tempos.

O filme de 1980 foi muito criticado quando saiu depois do vencedor do Oscar "O Franco Atirador" (1978) e ajudou a derrubar a gigante de Hollywood United Artists.

Mas muitos agora culpam uma edição ruim e a versão digitalmente remasterizada do épico de faroeste mostrada pela primeira vez nesta quinta teve supervisão de Cimino.

"Minha primeira reação foi: 'Eu não quero revisitar "O Portal do Paraíso"'. Eu tive rejeição suficiente por 33 anos", disse Cimino antes da exibição em que ele se juntou aos espectadores dizendo que não tinha visto o longa no cinema desde o lançamento.

"Ser infame não é divertido. Torna-se uma ocupação estranha em si", disse Cimino, que viveu como recluso em Hollywood por muitos anos.

"Por causa da tecnologia digital, que não existia na época, eu fui capaz de fazer alterações editoriais, mudanças de cor... Vendo-o através do equipamento digital, parecia um novo filme", afirmou o cineasta.

A nova versão do filme, estrelado por Kris Kristofferson, Christopher Walken, Isabelle Huppert, John Hurt e Jeff Bridges, tem 216 minutos de duração em comparação com a edição de 149 minutos que foi originalmente lançada nos cinemas.

O longa foca no conflito entre pobres imigrantes europeus e os barões do gado na área ruaral de Wyoming no século 19 e apresenta as paisagens amplas de planícies do oeste americano em toda sua beleza e violência.

"Esta é uma obra-prima absoluta. Este é um filme que basicamente desapareceu e foi esquecido. A versão completa foi massacrada pelos produtores", disse o diretor do Festival de Veneza, Alberto Barbera. Segundo ele, foi "uma das maiores injustiças da história do cinema".