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"Emmanuelle", o fenômeno que seduziu uma geração

A atriz Sylvia Kristel (dir.), em cena do filme "Emmanuelle" (1974), do diretor Just Jaeckin - France Presse
A atriz Sylvia Kristel (dir.), em cena do filme "Emmanuelle" (1974), do diretor Just Jaeckin Imagem: France Presse

18/10/2012 11h47

"Emmanuelle", um dos maiores sucessos cinematográfico do ano de 1974, foi visto no cinema por 50 milhões de espectadores do mundo inteiro, e até 350 milhões se contarmos outras mídias.

"Este filme abriu as válvulas", afirmam os produtores, num momento em que, na década de 1970, muitos países estavam ansiosos para virar as costas para um forte moralismo. Em Atenas, Caracas e em outras capitais, houve tumultos nas exibições do filme. Pela primeira vez, casais fizeram filas para ver um filme erótico, que muitos chegaram ao limite de considerar um filme de arte experimental.

Em Paris, o cinema Champs-Elysées acabaria exibindo o filme, que narra as muitas experiências sexuais de uma mulher diplomata em Bangcoc, por incríveis 553 semanas.

Antes de se tornar este fenômeno social, "Emmanuelle" foi adaptado de um best-seller erótico de mesmo nome escrito por Emmanuelle Arsan em 1959. O produtor Yves Rousset-Rouard, ansioso para entregar o projeto para um jovem diretor, abordou o talentoso fotógrafo Just Jaeckin, entusiasmado em filmar um longa-metragem.


Jaeckin então produziu "A história de O" e, novamente com Sylvia Kristel, "O Amante de Lady Chatterley". Foi Pierre Bachelet, autor da trilha sonora de "Bronzeados", que compôs a música tema.

"Emmanuelle" também marcou a estreia da francesa Christine Boisson no cinema, e ela aparece no papel de Marie-Ange, uma menina bastante atrevida. O francês Alain Cuny concordou em participar do filme na condição de que seu nome passasse desapercebido nos créditos. Mas, com a explosão e sucesso do filme, o ator acabou protestando porque seu nome não estava em destaque.

Durante sua passagem pela comissão de censura em 1974, o filme foi obrigado sofrer certos cortes. Mas, com a morte do presidente francês Georges Pompidou, um novo secretário de Estado da Cultura, Michel Guy, foi nomeado e permitiu que o filme chegasse na íntegra aos cinemas.

Na estreia do filme, Sylvia Kristel foi, entre outros insultos, tratada como vadia e submetida a todos os tipos de rumores, como a história de que mantinha um romance com o presidente Valéry Giscard d'Estaing.

"É mentira. Além disso, eu era 100% Mitterrand", protestou a atriz.

Após este sucesso, o seu nome ficou ligado à saga erótica de quatro outros filmes.

Vários filmes inspirado por "Emmanuelle" surgiram em seguida.