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Três senadores dos EUA criticam filme sobre captura de Bin Laden

20/12/2012 09h34

  • Divulgação

    Cena do filme "A Hora Mais Escura"

LOS ANGELES, 20 dez - Três senadores americanos, entre eles o republicano John McCain, criticaram na noite de quarta-feira (19) o filme mais recente da cineasta Kathryn Bigelow, censurando-a por ter afirmado que a tortura foi decisiva na busca e morte de Osama Bin Laden em maio de 2011.

Em uma carta enviada ao diretor-geral da Sony Pictures, Lynton Michael, McCain e os senadores democratas Diane Feinstein e Carl Levin manifestaram seu desacordo com o filme "A Hora Mais Escura", que a crítica já especula que será em um dos indicados da próxima edição dos prêmios Oscar.

"O filme mostra de forma muito imaginativa agentes da CIA torturando várias vezes detidos, que terminam por dar informações decisivas" que permitem encontrar o esconderijo do chefe da Al-Qaeda em Abbottabad, no norte do Paquistão, afirmam os senadores na carta.

"Examinamos os registros da CIA e constatamos que não é exato. 'A Hora Mais Escura' é inexato e acreditamos que vocês têm a obrigação de afirmar que o papel da tortura na perseguição (de Bin Laden) não está baseado em fatos, mas que oferece ficção narrativa ao filme", de acordo com a carta.

Perguntado pela AFP, um porta-voz da Sony Pictures se limitou a responder utilizando declarações feitas na semana passada por Bigelow e pelo roteirista do filme, Mark Boal: "Trata-se de uma operação de inteligência de 10 anos levada às telas em um filme de duas horas e meia".

"Representamos diferentes práticas controversas e métodos de inteligência que foram utilizados na busca de Bin Laden", disseram Bigelow e Boal.

"O filme mostra bem que nenhum destes métodos foi forçosamente decisivo na perseguição".

Bin Laden, que reivindicou ser o responsável - entre outros - pelos ataques contra as embaixadas dos Estados Unidos do Quênia e da Tanzânia em 1998 e dos atentados de 11 de setembro de 2001 contra as Torres Gêmeas de Nova York e do Pentágono, faleceu no dia 1 de maio de 2011 em sua residência em Abbottabad em uma operação realizada por um comando de elite americano.

Levin é presidente da Comissão do Senado sobre as Forças Armadas, da qual McCain é membro, enquanto Feinstein preside a Comissão especial sobre Inteligência.