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Senadores americanos exigem explicações da CIA por filme sobre Bin Laden

A atriz Jessica Chastain em cena do filme "A Hora Mais Escura", de Kathryn Bigelow - Divulgação
A atriz Jessica Chastain em cena do filme "A Hora Mais Escura", de Kathryn Bigelow Imagem: Divulgação

Da AFP

04/01/2013 07h31

A CIA teria informado à diretora Kathryn Bigelow, de "A Hora Mais Escura", filme que narra caçada a Osama Bin Laden, que a tortura teria ajudado encontrar o líder terrorista? Parlamentares americanos pediram ao chefe da agência de inteligência americana, a CIA, que se explique a respeito.

Convencidos, depois de mais de três anos de investigações, de que a tortura não permitiu obter informações cruciais sobre a situação de Bin Laden no Paquistão, três importantes senadores americanos revelaram nessa quinta-feira ter escrito ao diretor interino da CIA, Michael Morrel, pedindo que facilite ao Congresso os detalhes de sua cooperação com a cineasta.

Seu filme, com estreia prevista para a maioria das salas americanas em 11 de janeiro, e muito bem situada na disputa para o Oscar, tem uma cena de tortura de alguns presos, que acabam dando informações essenciais sobre a localização do líder da rede Al-Qaeda, escondido em uma casa no Paquistão.

No entanto, a investigação parlamentar de mais de 6.000 páginas concluiu que a tortura não tinha proporcionado elementos novos sobre o mensageiro de Bin Laden, por meio do qual ele foi descoberto para ser assassinado por um comando americano em uma incursão secreta, em maio de 2011.

Michael Morrel explicou, no entanto, em uma correspondência interna, com data de dezembro, que apesar de o filme ter exagerado no papel da tortura, esta técnica havia sido utilizada como fonte para chegar a Bin Laden.

Em uma carta do dia 19 do mesmo mês, os senadores, entre eles o ex-candidato republicado à presidência em 2008, John McCain, fervoroso opositor à tortura, e Dianne Feinstein, presidente da Comissão de Investigação do Senado, exigiram do chefe da CIA que lhes mostre todos os documentos repassados à equipe do filme.

Em outro e-mail, de 31 de dezembro, pedem ainda que justifique sua afirmação de que a tortura havia desempenhado um papel na missão.

A equipe do filme se reuniu com Morell durante 40 minutos, indicam os senadores.

Sob a pressão dos parlamentares, Kathryn Bigelow e o roteirista, Mark Boal, responderam em dezembro que "o filme [mostrava] que nenhum método foi totalmente decisivo nesta perseguição" do homem forte da Al-Qaeda.

Bin Laden, que afirmou ser o responsável, entre outros, pelos ataques contra as embaixadas dos Estados Unidos no Quênia e na Tanzânia em 1998 e dos atentados de 11 de setembro de 2001 contra as torres gêmeas de Nova York e o Pentágono, morreu em 1º de maio em sua residência de Abbottabad, Paquistão, em uma operação realizada por um comando de elite americano Seals.