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As mulheres, heroínas de muitos filmes no Festival de Berlim

7.fev.2013 - O diretor e o elenco de "Gold" posam para fotos no tapete vermelho no Festival de Berlim - Sven Hoppe/EFE/EPA
7.fev.2013 - O diretor e o elenco de "Gold" posam para fotos no tapete vermelho no Festival de Berlim Imagem: Sven Hoppe/EFE/EPA

09/02/2013 14h20

BERLIM, 09 Fev 2013 (AFP) - As mulheres estão no centro de muito filmes que competem no Festival de Berlim (7 a 17 de fevereiro), como em "Gold" do alemão Thomas Arslan, um "western" sem caubóis ou índios e cuja heroína é Emily Meyer, interpretada por Nina Hoss.

Personalidades fortes em busca de liberdade, elas conduzem o público à intimidades famosas ou anônimas, sob a direção de mulheres cineastas em três filmes em competição: a francesa Emmanuelle Bercot, a sul-africana Pia Marais e a polonesa Malgoska Szumowska.

Em "Gold", na corrida do ouro no Canadá de 1898, Emily Meyer se lança com um grupo de imigrantes alemães em uma viagem muito longa e cansativa para uma mina de ouro.

Esta bela loira, da qual sabemos muito pouco, vai enfrentar muitas provas. Seus companheiros de viagem têm menos chances que ela e muitos morrem no caminho.

A atriz Nina Hoss não participou da coletiva de imprensa de apresentação do filme, mas o diretor Thomas Arslan contou como a filmagem, de dois meses no Canadá, foi "esgotante, com um campo de base e atores a cavalo", embora com pouca experiência em equitação.

Ele explicou a escolha de uma mulher como o elemento central do filme porque o desafio é maior, talvez por ser homem. "Muitos diários escritos pelos imigrantes da época foram consultados em sua pesquisa, incluindo o de mulheres", relatou.

Outra história foi outro retrato de mulher com "Gloria", do chileno Sebastian Lelio, uma divorciada que vive sozinha até o dia em que conhece Rodolfo, um oficial da Marinha.

Racismo, convento, asilo

Em "Layla Fourie", de Pia Marais, a heroína é uma mãe solteira que vive em Joanesburgo. Layla (Rayna Campbell) aceita uma formação para trabalhar em uma empresa especializada em polígrafos. Um acidente muda o curso de sua vida e causa uma grande confusão.

Neste thriller, a cineasta retorna à terra de sua infância, onde o racismo e a discriminação permanecem, apesar do fim do apartheid.

Denis Côté também retratou as mulheres em "Vic + Flo viram um urso". Victoria (Pierrette Robitaille), libertada da prisão e exilada na floresta, e Florence (Romane Bohringer), sua amante, precisam enfrentar uma estranha ameaça.

Três heroínas, encarnadas e dirigidas por grandes mulheres do cinema, estão no coração de filmes franceses na briga pelo Urso de Ouro.

"A Freira", adaptada do romance homônimo do século XVIII de Diderot por William Nicloux, traz Suzanne Simonin, de 16 anos, forçada por sua família a entrar para o convento. Ela é interpretada pela jovem belga Pauline Etienne ao lado de Isabelle Huppert e Louise Bourgoin.

Em "Camille Claudel 1915", com Juliette Binoche, o cineasta Bruno Dumont mergulha no mundo da famosa artista, confinada por sua família em um asilo, onde permaneceu por 30 anos e morreu aos 79 anos.

E no filme "Elle s'en va" da diretora Emmanuelle Bercot, que será apresentado no dia 15 de fevereiro, Bettie, uma restauradora sexagenária estrelada por Catherine Deneuve, viaja pelas estradas da França.