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Quarenta anos após morte de Bruce Lee, fãs seguem passos do astro em Hong Kong

Hong Kong

23/07/2013 13h31

Os admiradores de Bruce Lee, o homem que levou as artes marciais para o cinema e construiu pontes entre o Oriente e o Ocidente em plena Guerra Fria, se mantêm fiéis, mesmo 40 anos após sua morte.

Turistas, fãs de cinema e de artes marciais se costumam se reunir junto à estátua de bronze de Bruce Lee que enfeita a "Avenida das estrelas", em frente a um arranha-céu de Hong Kong.

"O monumento honra a memória de Bruce Lee e os sonhos que tínhamos quando éramos crianças, de um mundo sem forças malignas, graças aos defensores da justiça", afirma uma página de fãs de Bruce Lee.

Nascido 27 de novembro de 1940 em São Francisco, o ator morreu em 20 de julho de 1973, aos 32 anos, vítima de um edema cerebral.

Intérprete de filmes como "Fúria Oriental" e "Operação Dragão", Bruce Lee encontrou sua vocação em um centro de artes marciais.

"Em 1958, Bruce Lee era aluno do instituto São Francisco Xavier", conta Wong Yiu-keung, presidente do Clube do Bruce Lee. "Um dia, um homem, que era fã de boxe, surpreendeu-se ao vê-lo lutar e o convidou para fazer aulas de boxe", conta.

Assim nasceu sua vocação. Pouco depois, ganhou suas primeiras competições e abriu sua primeira escola de artes marciais nos Estados Unidos, antes de se transformar em uma lenda viva.

Em razão do 40º aniversário de sua morte, os seguidores podem seguir os passos do mestre em Hong Kong: suas casas, suas escolas, ou até mesmo o mosteiro que apareceu no filme "Retorno do Dragão".

Sua filha, Shannon Lee, inaugurou no sábado passado uma grande exposição no Hong Kong Heritage Museum, que reúne 600 objetos que pertenceram a ele, como livros, cadernos e túnicas. Ela também organiza as exibições dos filmes de Bruce Lee.

Shannon Lee tinha quatro anos quando seu pai morreu. "Eu o conheço de uma forma diferente: através das pessoas que conviviam com ele, seus amigos, minha família, mas também através de suas próprias palavras porque ele escrevia muito" e anotava todos os livros que lia, diz a filha.

O primeiro filho de Bruce, Brandon Lee, seguiu os passos do pai, tanto nas artes marciais, como no cinema. Brandon morreu em um trágico acidente, aos 28 anos, em 31 de março de 1993, quando estava filmando o filme "O Corvo" (The Crow), após ser baleado por uma arma que deveria estar carregada com balas de borracha.

Bruce Lee, campeão de kung-fu e criador da técnica marcial Jeet Kune Do - cujo objetivo é levar a pessoa a adaptar as técnicas ao seu corpo e à sua habilidade -, tem muitos fãs famosos, como Jackie Chan, outra figura de destaque das artes marciais e do cinema.

"O sucesso veio graças ao kung-fu, que é como a dança ou a música: uma linguagem que fala por si só", diz seu biógrafo, Roger Lo. Os filmes de Bruce Lee "são como os filmes mudos de Charlie Chaplin: universais", diz ele.

"Lee construiu pontes entre as culturas ocidental e oriental. Cresceu tanto em Hong Kong como nos Estados Unidos", acrescenta o biógrafo.

Mesmo antes da famosa visita de 1972 do presidente americano Richard Nixon à China de Mao Tsé-Tung, "já se via via Bruce Lee na TV americana e em cinemas chineses", lembra Roger Lo.

Chaplin Chang, que também é biógrafo de Bruce Lee, é menos gentil em relação ao famoso lutador, mencionando o seu mau humor em um livro. "As pessoas querem falar bem dele, mas ele era apenas um homem", ressalta.