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Rússia nega visto a dramaturgo que queria filmar processo das Pussy Riot

Cineasta e dramaturgo suíço Milos Rau - Reprodução/International Institute of Political Murder
Cineasta e dramaturgo suíço Milos Rau Imagem: Reprodução/International Institute of Political Murder

17/09/2013 12h14

A Rússia negou um visto ao dramaturgo suíço Milo Rau, que queria filmar sua peça de teatro "Os Processos de Moscou", sobre a condenação do grupo de punk rock Pussy Riot, anunciou nesta terça-feira (17) em Berlim seu produtor alemão.

Rau é conhecido por suas peças de teatro críticas, entre elas "Les derniers jours des Ceausescu", sobre os últimos dias do ditador romeno e sua esposa, em 1989, ou "Hate Radio", sobre a Rádio Televisão Livre das Mil Colinas em Ruanda, que convocava em suas ondas o genocídio dos tutsi.

O consulado-geral da Rússia em Bonn negou o visto a Rau, que queria realizar uma versão filmada de sua peça "Os Processos de Moscou", explicou o produtor, Fruitmarket, em um comunicado.

A obra, apresentada no Centro Sakharov da capital russa em março passado, provocou a ira das autoridades russas, que controlaram durante várias horas os documentos de identidade do suíço, indicou Fruitmarket.

A peça recria três processos na Rússia contra artistas ou comissários artísticos, com a participação dos verdadeiros protagonistas, tanto do lado da acusação quanto da defesa.

"É uma vergonha para o nosso país" ter negado o visto a Milo Rau, declarou Katia Samutsevitch, integrante dos Pussy Riot, que foi condenada em agosto de 2012 a dois anos em uma colônia penitenciária por ter realizado uma oração punk contra Vladimir Putin.

Libertada em outubro, ela encarna seu próprio papel na peça de Milo Rau e também estava escalada para a versão filmada da obra.