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Crítica recebe com frieza versão apaixonada da princesa "Diana"

18/09/2013 14h31

Dezesseis anos depois de sua trágica morte, a princesa Diana, uma das mulheres mais famosas do mundo, adorada pelos britânicos, volta à vida interpretada por Naomi Watts em um filme que teve recepção fria por parte da crítica.

O título sóbrio, "Diana", provoca uma confusão: o espectador pode imaginar que se trata de mais uma "biopic", ou filme biográfico. Mas o filme está longe de ser uma biografia convencional sobre a curta e turbulenta vida de Diana Spencer, que virou a princesa de Gales, a infeliz esposa do príncipe Charles, radiante mãe de William e Harry, fonte de dores de cabeça para a família real e alvo predileto dos paparazzi.

O diretor alemão Oliver Hirschbiegel se concentrou nos últimos dois anos de vida de Lady Di, mais especificamente na suposta "história de amor" secreta com o cirurgião paquistanês Hasnat Khan, interpretado por Naveen Andrews (da série "Lost"). Ao mesmo tempo, o polêmico "affaire" com o egípcio Dodi Al-Fayed (interpretado por Cas Anvar) é apresentado como pouco sério.

TRAILER LEGENDADO DO FILME "DIANA"

Imprensa britânica
O filme, que estreia no Brasil em 25 de outubro, foi recebido de maneira fria na Grã-Bretanha. Para o jornal The Guardian, "a verdade é que 16 anos depois daquele dia terrível de 1997, ela voltou a ter outra morte espantosa. Será que este filme faz parte de um complô do MI5 para manchar seu nome e fazê-la parecer de plástico e absurda?"

Segundo o Daily Mail, "o filme não é ordinário nem sensacionalista, como alguém poderia temer. Nunca chega a ser emocionante, nem desperta o menor interesse. Não é nem sequer agradavelmente ruim".

O roteirista Stephen Jeffreys se inspirou sobretudo no best-seller de Kate Snell -- que foi consultora do filme --, "Diana: Her Last Love", publicado em 2001.

Em 1º de setembro de 1995, a princesa de Gales e o médico Hasnat Khan foram apresentados por Oonagh Toffolo (Geraldine James), amiga de Diana, no Royal Brompton Hospital de Londres. Já separada oficialmente de Charles (o divórcio seria pronunciado oficialmente no ano seguinte), Diana se apaixona pelo cardiologista.

O caso se torna impossível entre uma princesa em crise, às vezes torpe ou manipuladora, e um cirurgião que não aspira mais que exercer de maneira tranquila sua profissão.

Hasnat Khan, que hoje tem 54 anos, nunca confirmou o relacionamento com Diana e declarou à imprensa britânica que o filme era baseado em "boatos" e parecia "totalmente falso". Os produtores admitiram que nunca o consultaram.

Hesitação de Naomi Watts
Considerando uma enorme pressão o fato de interpretar um ícone como Diana, Naomi Watts, atriz australiana de origem britânica, afirmou que hesitou antes de aceitar o papel.

Perucas, nariz falso, vestidos de Diana copiados ou até mesmo emprestados: a atriz tentou entrar na pele da princesa, estudando sua forma de falar, a postura e o olhar.

O espectador volta a encontrar no filme as atitudes mil vezes imortalizadas pela imprensa especializada. Mas custa a identificar a Lady Di com a jovem apaixonada que tem a vida sentimental exposta no filme.

Em 31 de agosto de 1997, Diana morreu aos 36 anos em um acidente de automóvel em Paris, ao lado de Dodi Al-Fayed. A estreia do filme foi precedida por novas especulações sobre a tragédia, que continua alimentando teorias da conspiração, segundo as quais a princesa teria sido assassinada por um membro das Forças Armadas britânicas.