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Oliver Stone apresenta história oculta dos EUA em documentário para TV

Tripulação do "Enola Gay", bombardeiro que lançou a bomba atômica sobre a cidade japonesa de Hiroshima - Reprodução
Tripulação do "Enola Gay", bombardeiro que lançou a bomba atômica sobre a cidade japonesa de Hiroshima Imagem: Reprodução

De San Sebastián, Espanha

25/09/2013 13h14

O cineasta americano Oliver Stone assegurou nesta terça-feira (24) que procurava entender como o seu país virou um império quando fez "A História Não Contada dos Estados Unidos", série de documentário para a televisão apresentada no festival de cinema de San Sebastián.

"Em 2008 senti que George W. Bush tinha realmente me inspirado a me lançar em outra tentativa de entender o meu país, onde nasci e onde vivi", explicou à imprensa o diretor americano à margem da mostra espanhola.

"Como pôde o nosso país virar isso? Como pôde se comportar assim? Não acho que um filme de ficção poderia responder a isso", assegurou o diretor de filmes como "JFK - A pergunta que não quer calar" (1991) e "Assassinos por Natureza" (1994).

Assim surgiu "A História Não Contada dos Estados Unidos", uma série de 12 episódios parcialmente exibida no ano passado na televisão a cabo americana e que o cineasta foi apresentar integralmente no âmbito da seção Zabaltegi.

Narrada e escrita por Stone em colaboração com Peter Kuznick, historiador e diretor do Instituto de Estudos Nucleares da American University, a série começa na Segunda Guerra Mundial, no lançamento das bombas atômicas sobre o Japão.

"Foi um grande erro que se tornou um mito fundador do império americano", afirmou o cineasta. "Se formos nas raízes, na Segunda Guerra Mundial e na Guerra Fria, a Truman e Eisenhower, começamos a compreender o desejo de controle e o que aconteceu com os Estados Unidos", considerou.

Desenvolvida durante cinco anos, a série mostra, a partir de imagens de arquivo e com um ritmo trepidante, fatos que não foram informados em seu momento, mas que forjaram de forma crucial, segundo Stone, a história do seu país.

"Para mim este foi um grande trabalho, talvez meu trabalho mais importante, e estaria muito orgulhoso se pudesse ficar para as próximas gerações."

Assíduo ao festival de San Sebastián, Stone foi homenageado na edição passada com um prêmio honorário Donostia pelo conjunto da obra.

O cineasta tem três Oscars no currículo: melhor roteiro por "O Expresso da Meia-noite" (1978) de Alan Parker, melhor filme e melhor diretor por "Platoon" (1986) e melhor diretor por "Nascido em 4 de Julho" (1989).