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"Lone Survivor", fracasso militar dos EUA no Afeganistão, chega aos cinemas

Cena de "Lone Survivor", de Peter Berg - Reprodução
Cena de "Lone Survivor", de Peter Berg Imagem: Reprodução

Em Nova York

09/12/2013 15h23

"Lone Survivor", a história de um dos maiores desastres militares dos Estados Unidos no Afeganistão, chega aos cinemas com Mark Wahlberg no papel de Marcus Luttrell, único sobrevivente do comando de elite que tinha a missão secreta de matar um dirigente da Al-Qaeda.

Baseado no livro de mesmo nome, escrito por Luttrell, e dirigido por Peter Berg, o filme é antes de mais nada um tributo aos protagonistas da operação "Red Wings" (Asas Vermelhas), que terminou com a morte de 19 membros dos Navy SEALs, principal força de operações especiais da Marinha americana, por forças talibãs na remota província afegã de Kunar, perto da fronteira com o Paquistão, em 1995.

"Queria olhar os pais nos olhos. Queria fazer com que Marcus e os parentes ficassem orgulhosos", disse Berg ao comentar o maior desafio que sentiu ao enfrentar a adaptação das memórias de Luttrell, que estava ao seu lado na apresentação do filme em Nova York.

Luttrell, interpretado por Wahlberg, era um dos quatro Navy SEALs enviados a uma área de montanhas remota como parte do grupo avançado da operação e que foram emboscados por combatentes talibãs. Eles foram encontrados casualmente por pastores afegãos que deixaram partir.

Três SEALs morreram em combate, assim como outros 16 soldados das "Operações Especiais", que tiveram o helicóptero derrubado quando seguiam em apoio ao primeiro time.

Ferido e perseguido pelos talibãs, Luttrell foi encontrado por moradores da região que o protegeram com base em uma antiga tradição afegã e enviaram um emissário à base militar americana mais próxima para que fosse resgatado três semanas mais tarde.

"Irmandade forjada com sangue, dor e suor"

Com cenas brutais, como o momento em que os SEALs encurralados se jogam em um precipício, "Lone Survivor" presta homenagem ao heroísmo, solidariedade e senso de dever dos soldados caídos.

Também mostra detalhes da formação e da vida diária dos comandos de elite da Marinha americana, utilizados para operações de alto risco e contra dirigentes, por exemplo, a morte do líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, em seu esconderijo no Paquistão em 2011.

"Estou muito feliz com o que fiz, é um grande trabalho. É um filme, é entretenimento. Na vida real é guerra e não há entretenimento", afirmou Luttrell, explicando que os SEALs forjam uma irmandade "com sangue, dor e suor".

Para Berg, que dirigiu "Battleship", o filme é "uma oportunidade para a audiência reconhecer o que estes jovens estão fazendo", assim como a oportunidade de "separá-los da política, dos políticos que decidem para onde são enviados".

O componente patriótico está muito presente no filme, que não questiona em nenhum momento a guerra no Afeganistão e que termina com uma série de fotos e filmagens caseiras dos SEALs mortos na operação.

Os atores (Wahlberg, Taylor Kitsch, Eric Bana e Emile Hirsh, entre outros) destacaram que consideraram um privilégio interpretar os militares mortos. Parentes e amigos das vítimas ajudaram na preparação.

"Não gosto da guerra, mas adoro os soldados", afirmou Wahlberg, que também é um dos produtores do filme.

O ator disse que Luttrell o inspirou "a ser uma pessoa melhor".

Wahlberg disse ainda que as filmagens, no Novo México e com o apoio das Forças Armadas americanas, foram uma "experiência única".

"Lone Survivor", da Universal Pictures, estreia em 27 de dezembro em circuito limitado nos Estados Unidos e em 10 de janeiro em todo o país, mas ainda não tem previsão de lançamento no Brasil.