Topo

Divulgando documentário, Javier Bardem critica França por conflito no Saara

Kerry Kennedy, presidente do Centro Robert F. Kennedy de Justiça e Direitos Humanos, a ativista sarauí Aminatou Haidar, o ator espanhol Javier Bardem e o diretor Alvaro Longoria, em entrevista coletiva em Paris - Kenzo Tribouillard/AFP Photo
Kerry Kennedy, presidente do Centro Robert F. Kennedy de Justiça e Direitos Humanos, a ativista sarauí Aminatou Haidar, o ator espanhol Javier Bardem e o diretor Alvaro Longoria, em entrevista coletiva em Paris Imagem: Kenzo Tribouillard/AFP Photo

De Paris (França)

18/02/2014 18h39

A França tem uma grande responsabilidade no conflito no Saara Ocidental, por se negar a pressionar o aliado Marrocos para resolvê-lo, denunciou nesta quarta-feira (18) o ator espanhol Javier Bardem, ao apresentar seu documentário "Hijos de las Nubes" (Filhos das Nuvens, em tradução livre).

"A França tem relações comerciais, estratégicas, econômicas e sociais com um país que está violando os direitos básicos", afirmou Bardem à imprensa.

O ator, que em 2008 ganhou o Oscar de melhor ator coadjuvante pelo filme "Onde os Fracos Não Têm Vez", lembrou que a França "é um país que se destaca na defesa dos direitos humanos" e que, por isso, "tem grandíssima responsabilidade" na solução desse conflito.

Mas a questão do Saara "é um tema incômodo", reconheceu o ator, de 44 anos.

O Marrocos atualmente controla o Saara Ocidental, que foi uma colônia espanhola até 1975. O movimento Frente Polisário, apoiado pela Argélia, reivindica a independência da região, onde vivem cerca de 500 mil pessoas.

Dirigido pelo também espanhol Álvaro Longoria e produzido por Bardem, o documentário mostra a situação no Saara Ocidental e o papel das grandes potências no conflito, principalmente Estados Unidos e França.

Omar Manssur, representante da Polisário na França, classificou o filme como "uma contribuição importante, que mostra a situação do povo do Saara aos franceses, sempre solidários às causas justas".

A ativista sarauí Aminatou Haidar, que foi entrevistada para o documentário, declarou que a França "é capaz de resolver o problema através de uma solução pacífica e duradoura".