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"Esquecemos que eles são marionetes", diz ator de "Muppets 2"

De Los Angeles (EUA)

20/03/2014 15h36

Ressuscitado com sucesso pela Disney em 2011, os Muppets voltam aos cinemas em "Muppets 2: Procurados e Amados" (Muppets Most Wanted), confirmando a fama conquistada pelos bonecos de Jim Henson junto às gerações mais jovens e seus pais. O filme, que estreia nos Estados Unidos nesta sexta (21), chega ao Brasil em 15 de maio.

Após uma longa travessia do deserto e sua compra pela Disney em 2004, Caco (agora chamado de Kermit, seu nome original, também no Brasil) e Miss Piggy reencontraram o caminho para as salas de cinema em 2011 com "Os Muppets", sua primeira aventura desde "Muppets do Espaço" (1999).

O filme arrecadou 158 milhões dólares em todo o mundo e ganhou um Oscar em 2012 pela música "Man or Muppet". Um recorde invejável que fez a Disney optar por financiar uma continuação, "Muppets 2".

O diretor britânico James Bobin e a roteirista Nicholas Stoller, que comandaram o primeiro filme, retomam a batuta neste novo capítulo, mas o elenco foi totalmente renovado com o britânico Ricky Gervais e os americanos Tina Fey e Ty Burrell.

Encontramos Kermit e seus amigos no mesmo ponto em que os deixamos em 2011, no auge do sucesso. Seu empresário, Dominic Badguy, (Ricky Gervais) propõe que embarquem em uma grande turnê internacional.

Os Muppets aceitam com entusiasmo - exceto Kermit - sem imaginar que Dominic trabalha para Constantine, um sósia desonesto de Kermit.

O filme mantém-se fiel aos princípios dos Muppets desde "Muppet Show": humor devastador, muitos números musicais e convidados especiais de prestígio - desta vez Celine Dion, em sua primeira aparição no filme, no papel da fada madrinha de Miss Piggy.

Ty Burrell, que ficou famoso por seu papel em "Modern Family", a série televisiva multipremiada, interpreta Jean-Pierre Napoleão, um policial francês gentilmente caricatural que faz parceria com Sam, a águia patriótica dos Muppets, para prender Constantine.

Trailer dublado de "Muppets 2: Procurados e Amados"

Para falar sua língua materna com um sotaque francês (monótono e com 'r' puxado) Ty Burrell teve a ajuda de uma fonoaudióloga. "Ela me ajudou muito. Ela esteve ao meu lado, em todas as tomadas. Ela tem um ouvido infalível", explicou à AFP.

O exercício foi "difícil", mas agradou o ator, "porque não são muitas as oportunidades para fazer esse tipo de coisa", disse. Outro desafio do filme foi, naturalmente, trabalhar com marionetes.

"É um pouco desconcertante no início, ver o que acontece por trás da cortina, mas você se acostuma muito rapidamente", garante o ator, que diz admirar o trabalho dos titereiros - aqueles que manipulam os fantoches.

"Quanto mais você vê o trabalho deles, mais você gosta", diz. "Eles fazem sete coisas ao mesmo tempo, enquanto nós fazemos uma".

"Eu os considero atores completos", acrescenta. "Os fantoches se expressam da mesma forma como faria qualquer ator, mas o que eles fazem é muito mais difícil...".

De acordo com Ty Burrell, os Muppets têm tanta personalidade que esquecemos que eles são marionetes. "Quando a cena começava, eu me via conversando com Sam. Eu conversava com ele entre as tomadas!".

O ator admite que os Muppets, que ele assistia na televisão com seu pai, sempre ocuparam um lugar especial em seu coração.

"Eu me lembro muito precisamente as sequências de abertura (...), com os comentários de Statler e Waldorf (os dois velhos que passam o tempo criticando o espetáculo) e de meu pai, que caia na gargalhada", conta.

"Este é o tipo de lembrança que nos acompanha por toda a vida", acrescenta. "Quando seu pai ou qualquer outra pessoa que você respeita acha algo engraçado, você presta atenção. É como dizer 'Oh, Ok, então humor é isso'. Como tal, os Muppets teve uma grande influência em mim. ".