Liam Neeson volta ao cinema de ação no papel de herói contemporâneo
O ator irlandês Liam Neeson volta a viver um herói contemporâneo atormentado pelos fantasmas do passado em "A Walk Among the Tombstones" ("Caçada Mortal", no Brasil), uma trama que lembra os thrillers dos anos 70 sobre serial killers e narcotraficantes.
O filme, que estreia nesta sexta-feira nos Estados Unidos e dia 4 de dezembro no Brasil, é baseado no livro de mesmo nome do escritor americano Lawrence Block, publicado em 1992, que integra uma de suas famosas sagas policiais.
Neeson, de 62 anos, interpreta Matthew Scudder, um ex-policial de Nova York, alcoólatra e traumatizado por uma experiência no passado, que passa a atuar como detetive particular.
O narcotraficante Kenny Kristo, interpretado por Dan Stevens - conhecido pela série "Downton Abbey" -, o contrata para investigar a brutal morte da esposa. Com a investigação, Scudder descobre que por trás do crime estão outros ainda mais violentos.
Em uma entrevista recente, Neeson afirmou que sente comodidade ao entrar na pele de personagens "que não têm uma boa relação com o mundo, que devem encontrar uma razão para levantar de manhã e que travam pequenas lutas heroicas a cada dia".
O ator demonstrou isto nos últimos anos, quando virou um astro do cinema de ação em filmes como "Busca Implacável" (1 e 2), "A Perseguição" e "Sem Escalas". Indicado ao Oscar em 1994 por "A Lista de Schindler", ele defendeu que este tipo de personagem tem uma distância do estereótipo do herói convencional.
"Scudder é um homem que fez uma carreira na polícia, com um lado humano, que se encontra em uma situação que pode acontecer na vida real e que deve decidir se faz justiça com as próprias mãos", disse.
Em seu caminho, ele encontra um menino negro órfão - interpretado pela estrela do programa de TV "The X Factor", Brian Bradley -, que consegue retirá-lo da cova de solidão e o obriga a assumir responsabilidades.
O filme tem inspiração nos thrillers da década de 1970, com a intenção deliberada de que todos os personagens "vivam em uma zona obscura", explicou o diretor Scott Frank.
O longa-metragem tenta reviver a nobreza de personagens interpretados na época por atores como Robert Mitchum, Steve McQueen e Charles Bronson. Mas o projeto levou 15 anos para sair do papel, desde que Frank leu o livro de Block.
"Quando estava para começar o roteiro, Steven Spielberg perguntou se poderia ajudar com 'Minority Report'", revelou o diretor sobre o filme estrelado por Tom Cruise e lançado em 2002.
Quando concluiu a adaptação e começou a procurar os atores, o diretor descobriu que os estúdios "não queriam financiar um drama sobre adultos porque ninguém assiste estes filmes". Mas no fim da década passada, as coisas começaram a mudar, conta.
"Fazer filmes com um orçamento de entre US$ 20 milhões e US$ 30 milhões se tornou algo viável. Mas o que mais ajudou foi que Liam apoiou o projeto desde o início e se tornou uma estrela internacional nos últimos dez anos", afirmou.
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