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Wim Wenders volta à ficção com comovente filme sobre luto e culpa

O diretor Wim Wenders e sua mulher Donata em 2014 no festival de Cannes - REUTERS/Yves Herman
O diretor Wim Wenders e sua mulher Donata em 2014 no festival de Cannes Imagem: REUTERS/Yves Herman

De Berlin, Alemanha

10/02/2015 22h11

O cineasta alemão Wim Wenders voltou à ficção com "Everything will be fine", um comovente drama sobre o luto e a culpa que estreou nesta terça-feira (10) no Festival de Cinema de Berlim, onde receberá um Urso de Ouro pelo conjunto da obra.

Filmado em 3D e protagonizado por James Franco e Charlotte Gainsbourg, o filme de Wenders era uma das atrações mais aguardadas da 65ª Berlinale.

Aos 69 anos, o diretor receberá no próximo sábado o Urso de Ouro pelo conjunto de uma obra iniciada há 45 anos, que inclui filmes transformados em clássicos do cinema como "Paris, Texas".

Em "Every Thing Will Be Fine" ("Tudo vai ficar bem", na tradução livre) Tomas é um escritor que mata um menino por acidente com seu carro, enquanto dirigia por uma estrada coberta de neve do Canadá.

Devastado, esse homem introvertido vai afundar numa depressão, abandonará sua companheira (Rachel McAdams) e tentará reconstruir sua vida junto a outra mulher (Marie-Josée Croze). Não conseguirá esquecer a mãe do menino morto (Charlotte Gainsbourg), que também o ajudará a se reerguer.

Com este drama intimista, Wim Wenders volta à ficção após sete anos de ausência durante os quais realizou documentários como "Pina", sobre a bailarina alemã Pina Bausch, e "O Sal da Terra" (2014), sobre o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado.

Envolto na música de Alexandre Desplat, "Every Thing Will Be Fine" explora o sentimento de culpa, o processo de luto e a busca pela redenção.

Segundo James Franco, que também atua em outro título da competição na Berlinale - "Rainha do deserto", de Werner Herzog -, o novo filme de Wenders "fala sobre o estado interior de uma pessoa".

"Para mim o tema principal do filme é a cura", a maneira "que alguém perdoa os outros e a si mesmo" e "a responsabilidade que se pode ter com relação a uma família desconhecida", explicou Wenders à imprensa.