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Reinventada, Cinderela tem bondade como superpoder em novo filme da Disney

De Los Angeles (EUA)

25/03/2015 13h35

Sessenta e cinco anos após encantar o público com um de seus contos de fadas mais emblemáticos, a Disney aposta agora em uma Cinderela de carne e osso em um filme que tenta reinventar a personagem sem renunciar à magia e à fantasia.

A madrasta - interpretada pela charmosa Cate Blanchett --continua sendo tão cruel quanto na animação, enquanto a fada madrinha-- Helena Bonham Carter --transforma uma abóbora em uma carruagem dourada suntuosa e Cinderela perde seu sapatinho de cristal após a dança com o príncipe --e tudo termina com o mesmo final feliz.

Mas o diretor irlandês Kenneth Branagh se permite algumas concessões na trama para revelar um pouco mais para sobre a protagonista, bem como a Disney fez no ano passado com "Malévola", a bruxa má de "A Bela Adormecida".

A atriz Lily James encarna a delicada personagem de pele branca, cabelos dourados, voz doce e aspecto virginal que fez gerações de meninas sonhar, mas o diretor quis fugir da imagem de "santa". "Ao final, trata-se de uma menina com fé, gentil e corajosa", contou ele durante uma conversa com jornalistas em Los Angeles.

Nesta versão da história, também inspirada pela história escrita pelo francês Charles Perrault, em 1697, Cinderela usa sua bondade como um superpoder, o que ajuda a "reinventar a personagem e, assim, aumentar a inteligência, sensualidade e imaginação".

Com essa habilidade, a protagonista sobrevive às maldades e provocações da madrasta e suas filhas Anastásia e Drizella. Cozinha, limpa, serve e dorme no sótão, sempre acompanhada pelos ratinhos Tatá e Jaq, seus únicos amigos.

"Cinderela" estreia nesta quinta (26) no Brasil.

Trailer de "Cinderela"

Do passado

O filme também abre novos horizontes sobre a origem de vários personagens, o que permite compreender melhor seus vínculos com o passado e sua forma de ver o mundo.

Desta forma, descobrimos o que aconteceu com os pais de Cinderela e sobre o ressentimento da madrasta, sempre empenhada em proteger o futura de suas excêntricas filhas.

Lily James, conhecida pela série "Downton Abbey", sentiu a responsabilidade de representar uma das personagens mais aclamadas do mundo da fantasia, por quem nutre um grande carinho.

"Eu adorava as histórias de princesas quando era pequena e senti muita pressão porque todo mundo tem uma ideia clara de Cinderela", disse a atriz. "Eu não queria por nada prejudicar a imagem que todos têm dela".

Talvez o público goste tanto dela quanto a do desenho animado depois de ver o filme, porque a Cinderela de carne e osso se atreve a questionar a crueldade da madrasta.

Em todo caso, a sua paciência é recompensada porque seu caminho é cruzado pelo príncipe Encantado, um homem adorável, como já diz seu nome, interpretado por Richard Madden, famoso por dar vida a Robb Stark em "Game of Thrones".

O ator alerta que "Cinderela" não é um filme apenas para meninas. "A mensagem é que ela é mais feliz do que a madrasta por sua percepção da vida e isso serve para as crianças também".

Um vestido dos sonhos

O vestuário é outro grande protagonista do filme. Cada peça, desenhada por Sandy Powell, transmite majestosidade, ilusão e fascinação, além de projetar as características de cada personagem.

Blanchett transmite elegância com uma coleção de peças de vestuário e chapelaria dignas da alta costura parisiense, que destacam o seu poder de dominar. Suas filhas, muito unidas, projetam o ciúme e a insegurança.

Mas é Cinderela quem faz sonhar ao ir ao baile com um vestido azul e borboletas no pescoço, com o qual a Disney espera fazer um monte de dinheiro.

A câmera foca por longos minutos o vestido para mostrá-lo em todo o seu esplendor no centro da pista de dança, onde a saia em camadas se abre uma e outra vez como uma flor que acaba de nascer. "Olhe para o mundo não pelo que ele é, mas pelo que ele poderia ser", diz Cinderela.

Cate Blanchett comenta como foi interpretar a Madrasta em "Cinderela"