Em meio a escândalo, diretor de filme sobre a Fifa admite: "é um desastre"
Duas semanas depois da péssima estreia nos cinemas dos Estados Unidos do filme sobre a história da Fifa, atualmente envolvida num escândalo de corrupção, o diretor lamentou ter feito "um desastre".
O cineasta francês Frédéric Auburtin explicou nesta quarta-feira (17) à revista americana The Hollywood Reporter que ele queria fazer de "United Passions" uma união de um filme "da Disney e um documentário de Costa-Gavras ou Michael Moore".
No fim, segundo o diretor, o resultado "é um desastre".
O projeto contou com respaldo total da Fifa, que arcou com 80% dos 30 milhões de euros do custo de produção do filme, pressionando para que a obra tivesse um tom mais favorável em relação aos presidentes da Fifa.
Auburtin conseguiu incluir alguns diálogos no roteiro, como a frase "Blatter é bom buscando dinheiro", que hoje, mais do que nunca, adota um novo significado, depois do dirigente renunciar ao cargo de presidente da Fifa em 3 de junho, pressionado pelo escândalo de corrupção na entidade.
"Pensei que estava fazendo um filme para um grande estúdio, mas fui vítima de um jogo. Não me pagaram para ser o Che Guevara dos negócios do esporte", lamentou o cineasta.
"United Passions" foi lançado no festival de Cannes do ano passado, mas recebeu péssimas críticas.
A Fifa não conseguiu convencer os mercados internacionais e o filme sequer foi distribuído em países de grande tradição futebolística, como Inglaterra, Alemanha e Brasil.
No primeiro fim de semana de exibição nos cinemas americanos, o filme arrecadou míseros 605 dólares.
"É um desastre, mas eu aceitei o trabalho", reconheceu Auburtin. "Aparentemente, sou o marqueteiro que faz filmes para os corruptos".
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