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Pela 1ª vez, consagrado diretor francês apresenta filme completo em Toronto

11.set.2015 - A atriz Elsa Zylberstein, o diretor Claude Lelouch e os atores Christopher Lambert e Jean Dujardin na exibição de "Un Plus Une" no Festival Internacional de Cinema de Toronto - Joe Scarnici/Getty Images
11.set.2015 - A atriz Elsa Zylberstein, o diretor Claude Lelouch e os atores Christopher Lambert e Jean Dujardin na exibição de "Un Plus Une" no Festival Internacional de Cinema de Toronto Imagem: Joe Scarnici/Getty Images

De Toronto (Canadá)

14/09/2015 18h02

Cinquenta anos depois da filmagem de "Um homem e uma mulher", premiado com dois Oscar, Claude Lelouch assegura que nada lhe interessa "mais que o amor", durante entrevista em Toronto, para onde viajou para apresentar sua nova obra romântica, "Un + Une".

Em mais de meio século de carreira, esta é a segunda vez que o cineasta de 77 anos participa do Festival Internacional de Cinema de Toronto, que acontece até 20 de setembro.

"Vim em 2002 com um filme chamado "11 de Setembro", uma obra coletiva sobre os atentados de 2001 nos EUA, mas nunca havia vindo com um filme inteiro", contou o cineasta, que viajou junto com seus atores.

"Tinha muita vontade de saber como perceberiam o filme do outro lado do Atlântico, de saber se teria sucesso internacional", confessou Lelouch.

"Un + Une" ("Um + Uma", em tradução livre), a nova obra romântica do cineasta, conta a história de Antoine (Jean Dujardin), um compositor de trilhas sonoras de filmes que viaja para a Índia para trabalhar em um longa-metragem, intitulado "Romeu e Julieta".

Lá, ele conhece Anna (Elsa Zylberstein), a mulher do embaixador francês (Christophe Lambert), uma mulher marcada pela espiritualidade indiana.

Apesar de suas profundas diferenças, estes personagem se atraem e vivem juntos uma viagem pela Índia que os transformará.

"Sintonizar" o amor

Este filme "é uma viagem e uma viagem interior de cada vez", explicou Lelouch, completando que, com ele, buscou "sintonizar" o tema amor, 50 anos depois da filmagem de "Un homme et un femme" ("Um homem e uma mulher"), que o levou à fama.

Lançado em 1966, o filme musicalizado com o célebre tema "Chabadabada" relata o amor apaixonado entre Jean-Louis Trintignant e Anouk Aimée. Ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes e dois Oscar, de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Roteiro Original.

"Cinquenta anos depois, tinha muita vontade de abordar mais uma vez o tema amor. Queria saber se havia aprendido duas ou três coisas em 50 anos", brincou o cineasta que dirigiu mais de 40 filmes desde então, entre eles "Itinéraire d'un enfant très gâté" ("Itinerário de um aventureiro", 1988) e "L'aventure c'est l'aventure" ("A aventura é uma aventura", 1972).

"Coloquei o nome neste filme de 'Un + Une' porque 'Um homem e uma mulher' já existia. Se não poderia ter colocado 'Um homem e uma mulher'", disse o cineasta. Completou que tinha "muita vontade de filmar com Elsa Zylberstein e Jean Dujardin", premiado em 2012 pela Academia de Hollywood por "O Artista".

"Um filme são os atores", expressou o diretor, que trabalhou com grandes nomes do cinema francês, como Jean-Paul Belmondo, Lino Ventura, Annie Girardot e Catherine Deneuve.

Lelouch, casado três vezes e pai de sete filhos, disse que "o amor é a grande preocupação da humanidade".

"Atualmente, há 7 bilhões de pessoas nesta Terra que nasceram de uma história de amor, então é um tema que concerne o mundo todo. Segue sendo a principal preocupação", defendeu.

"Não há nada que me interesse mais", reforçou. "Me apaixona mais a observação de homens e mulheres que os países. Se no país mais lindo do mundo não há um homem e uma mulher, não me interessa", concluiu.