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Organizadores do Oscar querem tolerância e liberdade de expressão nos EUA

6.fev.2017 - Cheryl Boone Isaacs, presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas - Mario Anzuoni/Reuters
6.fev.2017 - Cheryl Boone Isaacs, presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas Imagem: Mario Anzuoni/Reuters

De Los Angeles (EUA)

07/02/2017 08h18

A presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, Cheryl Boone Isaacs, fez um apelo por tolerância e liberdade de expressão, em um momento de tensão no cenário político dos Estados Unidos.

O pedido foi feito durante o almoço com os 160 indicados ao Oscar em Bervely Hills.

"Hoje celebramos vocês, seu trabalho e suas conquistas, mas cada um de nós sabe que há algumas cadeiras vazias neste salão, o que fez dos artistas da Academia ativistas", disse.

A declaração foi uma referência aos artistas que não devem comparecer à cerimônia do Oscar em protesto contra a política migratória de Donald Trump, que proibiu temporariamente a entrada nos Estados Unidos de refugiados e cidadãos de sete países de maioria muçulmana.

"Há uma luta hoje sobre a liberdade artística que parece mais urgente que em qualquer outro momento desde os anos 1950", afirmou Isaacs, muito aplaudida, em referência à era McCarthy, quando vários artistas foram perseguidos por suspeita de comunismo.

"Estamos aqui para apoiar os artistas do mundo, estamos aqui para encarar aqueles que tentam limitar nossa liberdade de expressão e para dar apoio a um princípio fundamental: que todos os artistas criativos ao redor do mundo estão conectados por um vínculo inquebrantável e mais poderoso que a nacionalidade e a política", completou.

"E assim como nosso trabalho não para em fronteiras, as fronteiras não devem ser permitidas a parar qualquer um de nós", concluiu.

Entre os artistas afetados pela proibição migratória de Trump está o diretor iraniano Ashghar Farhadi, que já venceu um Oscar de filme em língua estrangeira (por "A Separação") e foi novamente indicado este ano por "O Apartamento".

O almoço de segunda-feira contou com as presenças de Ryan Gosling e Emma Stone, os protagonistas do musical "La La Land", indicado para 14 Oscar e considerado o favorito da premiação, depois de vencer sete Globos de Ouro e os prêmios dos sindicatos dos produtores e diretores.

A atriz francesa Isabelle Huppert, indicada por "Elle", foi muito aplaudida, assim como Viggo Mortensen, indicado por "Capitão Fantástico", e Viola Davis, favorita na categoria de atriz coadjuvante por por "Um Limite Entre Nós".

Os produtores do Oscar, Michael De Luca e Jennifer Tood, pediram aos indicados que façam discurso curtos e concisos. Eles exibiram um vídeo em que a comediante Kate McKinnon interpreta uma estrela fictícia dos anos 30, Gloria Concave, e apresenta dicas sobre o que deve ser feito e o que deve ser evitado na grande noite.