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Contra Trump, agência troca festa pré-Oscar por doação para refugiados

Os 163 indicados ao Oscar 2017 - Alberto E. Rodriguez/Getty Images
Os 163 indicados ao Oscar 2017 Imagem: Alberto E. Rodriguez/Getty Images

Em Los Angeles (EUA)

09/02/2017 12h06

Uma das mais famosas agências artísticas de Hollywood cancelou sua tradicional noite pré-Oscar como forma de protesto contra o decreto migratório do presidente americano Donald Trump e decidiu fazer uma doação a associações de defesa dos direitos civis.

A United Talent Agency (UTA), que representa, entre outros, a cantora Mariah Carey, os diretores Ethan e Joel Coen e os atores Chris Pratt, Harrison Ford e Alicia Vikander, organiza habitualmente um evento de gala anual na luxuosa residência de seu presidente, Jim Berkus, em Los Angeles.

Este ano, a UTA pretende organizar um evento contra a medida do presidente americano em Beverly Hills, sede da empresa, dois dias antes da cerimônia do Oscar, que está marcada para 26 de fevereiro.

A agência também pretende doar US$ 250 mil para a American Civil Liberties Union (ACLU) e para o International Rescue Committee (IRC), uma organização de ajuda aos refugiados.

"É um momento que precisa de nossa generosidade, nossa atenção e nossa impaciência", afirma o diretor geral da UTA, Jeremy Zimmer, em um memorando enviado aos funcionários da empresa, informou a revista Hollywood Reporter.

"Nosso mundo é melhor graças às interações entre artistas, as trocas de ideias e a expressão criativa. Se nossa nação deixar de ser um lugar onde os artistas podem se expressar livremente, então acredito que deixaremos de ser os Estados Unidos", completa o texto.

A empresa queria "expressar a preocupação da comunidade criativa ante o sentimento anti-imigração nos Estados Unidos", escreve a revista Variety.

A decisão da UTA foi anunciada no momento em que um tribunal de apelações de San Francisco examina a ação do governo Trump que pede a retomada do decreto migratório do presidente, que proíbe por três meses a entrada no país de cidadãos de sete países de maioria muçulmana, suspenso por um juiz federal de Seattle.

O decreto, que o presidente Trump apresenta como uma medida para lutar contra o terrorismo, recebeu muitas críticas em todo o mundo, com protestos e cenas de caos nos aeroportos.

A medida também proíbe, durante 120 dias, o acesso dos refugiados ao país. O prazo é indeterminado no caso dos sírios.

A UTA representa em particular o diretor iraniano Asghar Farhadi, que disputa pela segunda vez o Oscar de filme em língua estrangeira por "O Apartamento" e que já anunciou que não comparecerá à cerimônia de 26 de fevereiro em protesto pelo decreto que envolve seu país.

Farhadi já venceu um Oscar de filme em língua estrangeira por "A Separação".

2 Comentários

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Maurilio Pvra do Leste

Engraçado só os descoladinhos e artistas fazem essas manifestações bobocas. Trabalhadores, plantadores, e outros trabalhadores não estão nem aí pra essa turma, que só vendem devaneios por duas horas. Não plantam um pé de alface, mas se acham os donos da sociedade.

rgoncalves52

perfeito!!! melhor forma de manifestação e posicionamento!