Polanski voltará aos EUA para acordo sobre estupro de menor
O cineasta franco-polonês Roman Polanski planeja voltar aos Estados Unidos, afirmou nesta quinta-feira (16) seu advogado, que busca garantias para que o diretor não cumpra mais pena de prisão pelo estupro de uma menina de 13 anos.
O premiado diretor de "O Pianista" e "Chinatown" está há 40 anos fora do país, mas assegura ter alcançado um acordo com a Justiça, que o manteria longe da prisão, explicou à AFP seu advogado, Harland Braun.
Polanski foi acusado de drogar Samantha Gailey antes de violentá-la na casa de um amigo em 1977, em Los Angeles.
Ele confessou ter tido "relações sexuais ilegais" com uma menor, mas negou o estupro como parte do acordo e ficou 42 dias preso em uma penitenciária do estado da Califórnia, antes de ser libertado.
O diretor afirma que o juiz Laurence Rittenband negou o acordo e disse aos promotores que ele devia cumprir pena de 50 anos. O cineasta fugiu para a Europa há quase 40 anos e desde então nunca mais voltou aos Estados Unidos.
Polanski passou quase um ano detido na Suíça em uma tentativa dos Estados Unidos de conseguir sua extradição, mas uma corte polonesa decidiu que ele já tinha cumprido a pena prevista no acordo.
O advogado do cineasta acredita que esse testemunho secreto apoia a defesa de Polanski de que havia chegado a um acordo de cumprir apenas 48 dias de prisão.
"Depois que for confirmado o conteúdo, pediremos à corte que reconheça a decisão polonesa que provém do litígio iniciado pelo promotor", ressaltou.
"Se a corte aceitar o princípio de cortesia, Roman poderá vir a Los Angeles e à corte sem medo de ir para a prisão", acrescentou.
"Lamento apenas que tenha tido de esperar tanto tempo. Finalmente poderei me sentir seguro em meu próprio país", desabafou.
Morando na França, Polanski evita ir à Polônia. Agora, espera poder visitar o túmulo do pai, na Cracóvia.
Com uma carreira prolífica como cineasta, ganhou oito prêmios da Academia e vários distinções internacionais. Polanski foi convidado a presidir o César, equivalente ao Oscar na França, no fim de janeiro, mas desistiu depois de vários protestos de grupos feministas.
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