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Morre na Itália o assassino do cineasta Pier Paolo Pasolini

Giuseppe Pelosi, conhecido como Pino, que assassinou o cineasta Pier Paolo Pasolini - Angelo Franceschi/F3Press
Giuseppe Pelosi, conhecido como Pino, que assassinou o cineasta Pier Paolo Pasolini Imagem: Angelo Franceschi/F3Press

De Roma (Itália)

20/07/2017 21h38

Pino Pelosi, o homem condenado pelo assassinato, há 42 anos, do famoso poeta e cineasta italiano Pier Paolo Pasolini, morreu aos 59 anos em consequência de um câncer, informou nesta quinta (20) a imprensa do país.

Pelosi, um garoto de programa que tinha então 17 anos, foi o único condenado pelo brutal homicídio de um dos maiores intelectuais da Itália, que foi encontrado morto em 2 de novembro de 1975 na praia de Ostia, perto de Roma.

Apesar de o jovem afirmar que agiu em legítima defesa ao ser atacado por Pasolini, que tentava estuprá-lo, as circunstâncias que rodearam o caso nunca foram esclarecidas, e muitos elementos ficaram sem resposta.

O cineasta Pier Paolo Pasolini, morto em 1975 - Reprodução - Reprodução
O cineasta Pier Paolo Pasolini, morto em 1975
Imagem: Reprodução

Condenado a nove anos de prisão, a sentença foi confirmada em 1979 pelo Tribunal Supremo. No entanto, mais que um crime passional, o assassinato do intelectual, então com 53 anos, foi para muitos um crime político.

Segundo esta versão, Pelosi teria sido instrumento de um complô de fascistas e líderes democrata-cristãos para se livrar de uma personalidade incômoda devido aos seus posicionamentos marxistas, subversivos e críticos ao catolicismo.

"Pino Pelosi nunca quis contribuir para que se chegasse à verdade sobre a morte de Pier Paolo Pasolini. Infelizmente, levou o segredo para o túmulo", comentou Nino Marazzita, advogado da família Pasolini.

O cineasta, que escreveu e dirigiu filmes como "O Evangelho segundo São Mateus" e "Teorema", inspirou, em 1995, o filme de Marco Tulio Giordana "Pasolini, um Delito Italiano", que defende a teoria de que seu assassinato foi ordenado por políticos.