Oprah para presidente? Ideia ganha forte apoio, e Trump diz aceitar desafio
Será que Oprah Winfrey disputaria a Presidência e conseguiria derrotar Donald Trump? Hollywood, liberais e fãs fervorosos estão agitados com as especulações de que a bilionária apresentadora teria ambições na Casa Branca após o fervoroso discurso que fez no Globo de Ouro na noite de domingo (7).
Winfrey mal havia acabado de falar sobre um "novo dia" após o divisor de águas que representou a enxurrada de denúncias de assédio sexual, e muitos já pediam para que uma das mulheres mais famosas dos Estados Unidos concorresse ao mais alto cargo no país.
A aversão de Hollywood a Trump e o desconcerto de que uma estrela de reality-show grosseira e sem experiência anterior de governo pudesse vencer a Presidência alimentou as especulações com a pergunta "Por que outra estrela da televisão, uma com a política "certa", não pode concorrer?
Enquanto a própria Oprah nunca demonstrou interesse em disputar o cargo - ao ser perguntada nos bastidores do Globo de Ouro se tinha alguma intenção, ela respondeu "eu não, eu não" -, seu parceiro de longa data sugeriu que ela poderia ser persuadida.
"Depende das pessoas", disse Stedman Graham ao The Los Angeles Times. "Ela faria isso, absolutamente".
No Twitter não fataram mensagens de apoio, incluindo o de muitos democratas.
Um porta-voz da Casa Branca, Hogan Gidley, disse a jornalistas a bordo do Air Force One que o presidente "aceitava o desafio, com Oprah ou com qualquer outra pessoa".
Há vinte anos, Trump disse em uma entrevista que Winfrey seria sua opção para vice-presidenta.
"Pensando ativamente"
"Ela lançou um foguete esta noite. Quero que concorra a presidente", declarou Meryl Streep ao The Washington Post. "Não acho que ela tenha a intenção, mas agora ela não tem escolha".
Até mesmo conservador Bill O'Reilly, apresentador da rede Fox News até ser demitido por denúncias de assédio sexual, a aplaudiu. "O mais provável é que ela surfe na onda da grandiloquência do presidente Trump".
A CNN citou anonimamente dois "amigos íntimos" que disseram que Oprah estava "pensando bastante" em uma disputa presidencial, mas enfatizando que ela ainda não havia se decidido.
Se a especulação é ilusória, a fama e riqueza de Oprah Winfrey, que tem uma história pessoal extraordinária de superação da pobreza, de estupro e gravidez quando adolescente para construir uma fortuna de US$ 2,6 bilhões e uma carreira de atriz indicada ao Oscar, surgem a seu favor.
"Dormi pensando nisso e cheguei à conclusão de que Oprah (como candidata) não é tão louco", tuitou Dan Pfeiffer, ex-conselheiro de Barack Obama, presidente para o qual Winfrey teve um papel importante em sua eleição de 2008.
Uma pesquisa realizada em março de 2017 pela Universidade Quinnipiac, que deu a Trump aprovação de 41%, mostrou que 52% das pessoas têm opinião favorável a Oprah.
Em entrevista à Bloomberg TV naquele mesmo mês, ela insinuou que a falta de experiência de Trump no governo tinha recalibrado seus pensamentos. "Eu pensava, 'ah, não tenho experiência, não sei o suficiente'. E agora estou 'ah...'".
"Ela iria querer?"
Três meses depois, Oprah tuitou para seus 41 milhões de seguidores o link para um editorial do New York Post que a colocava como a melhor esperança dos democratas para vencer Trump em 2020.
"Precisam de uma estrela - uma grande, especial, destemida estrela que nem Trump possa intimidar, ou ofuscar", dizia o editorial. "Ela pode fazer isso, em teoria. A pergunta é: ela iria querer?".
"Obrigada pelo VOTO de confiança", respondeu Winfrey no Twitter.
Criada em Nashville, Milwaukee e Mississippi, Oprah foi estuprada aos 14 anos por um tio, engravidou e fez um aborto.
Após a faculdade, entrou para o jornalismo antes de reinar por 25 anos como apresentadora, inaugurando uma era de televisão confessional antes de se tornar a primeira mulher negra a ser dona de uma rede de televisão.
No início da cerimônia do Globo de Ouro, no domingo, o mestre de cerimônias Seth Meyers divertidamente encorajou Oprah a concorrer contra Trump. Ao se tornar a primeira mulher negra a receber o prêmio Cecil B. DeMille pelas conquistas ao longo da vida, seu discurso abordou gênero, pobreza e questão racial.
"Por muito tempo, não ouviam as mulheres, ou não acreditavam nelas quando ousavam falar a verdade sobre o poder desses homens", disse, sob aplausos. "Então, eu quero que todas as garotas que estão assistindo aqui, agora, saibam que um novo dia está no horizonte".
Mas o eleitorado está pronto para colocar não apenas outra estrela da televisão, mas um "outsider" da política na Casa Branca?
"Existe um sentimento entre muitos no país de que experiência política anterior é na verdade um déficit", afirmou Cindy Rosenthal, professora de Ciência Política na Universidade de Oklahoma.
Mas se a política é um jogo de pessoas com dinheiro, então as chances existem.
"Há dinheiro ao redor de Oprah, Michelle Obama e George Clooney, mas as chances sugerem que Donald será difícil de ser batido", avalia Rupert Admas, porta-voz da rede mundial de apostas William Hill.
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