Del Toro pede justiça para mexicano morto supostamente pela polícia
O premiado cineasta mexicano Guillermo del Toro expressou sua indignação hoje pela morte de um homem depois de ter sido detido pela polícia no estado de Jalisco (oeste), supostamente por não ter cumprido as medidas para evitar contágio por covid-19.
A morte de Giovanni López, 30, ocorreu no início de maio na cidade de Ixtlahuacán, mas seus familiares relataram o caso apenas nesta semana.
"Por mais de um mês, não há respostas, não há detenções. Não é abuso de autoridade (...) O absurdo — a loucura absoluta — é que um assassinato ocorre em nome de um problema de saúde pública", escreveu Del Toro na sua conta do Twitter.
Um protesto foi convocado nesta quinta-feira em Guadalajara para exigir punição dos responsáveis.
O Ministério Público informou que está investigando a morte de López, que, segundo o que ele disse, havia sido detido pela polícia municipal por uma "falha administrativa" e não porque ele não estava usando máscara.
"Ele foi preso por má conduta administrativa porque foi agressivo contra a autoridade sob a influência de alguma substância", disse Macedonio Tamez, coordenador geral de segurança de Jalisco, em entrevista coletiva.
A procuradoria esclareceu que López havia morrido devido a golpes da polícia municipal, e não por ferimentos com arma de fogo.
O governador de Jalisco, Enrique Alfaro, garantiu que os culpados serão punidos.
O vencedor do Oscar em 2018 por "A forma da água" já havia criticado o governo de Jalisco, seu estado natal, em abril por supostos abusos cometidos pela autoridade policial contra cidadãos sob o pretexto de não usar máscaras para impedir a propagação da covid-19.
Um vídeo gravado por um irmão do falecido, transmitido nas redes sociais, mostra a prisão de López. Na gravação, uma mulher questiona se o motivo é porque ela não estava usando uma máscara.
A família informou que o prefeito local, Eduardo Cervantes, lhes ofereceu 200 mil pesos (cerca de R$ 45 mil) para que não compartilhassem o vídeo, o que ele negou.
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