Topo

Diretor de "Amanhecer" não teme críticas

Bill Condon  participa de evento em Beverly Hills, nos EUA (11/05/2009) - Getty Images
Bill Condon participa de evento em Beverly Hills, nos EUA (11/05/2009) Imagem: Getty Images

David Germain

Crítico de cinema da AP

22/07/2011 09h41

Uma pessoa que não está sofrendo com as críticas ruins recebidas pelos três primeiros filmes da saga “Crepúsculo”, é o cara que dirigiu os dois últimos.

Bill Condon se acostumou com as boas críticas em seus últimos três filmes, “Dreamgirls – Em Busca de um Sonho”, “Kinsey – Vamos Falar de Sexo” e “Deuses e Monstros”. Ele garantiu um sucesso comercial colossal com as partes 1 e 2 de “A Saga Crepúsculo: Amanhecer”, o fim da saga sobrenatural que será lançado em novembro deste ano e no próximo ano.

Mas se “Amanhecer” seguir o padrão dos filmes anteriores da saga, ele pode achar a crítica uma platéia difícil de agradar.

“Eu acho acho que você pode antecipar isso”, disse Condon durante entrevista na Comic-Com em San Diego, onde ele e as estrelas Kristen Stewart, Robert Pattinson e Taylor Lautner apresentaram duas cenas de “Amanhecer – parte 1” para os fãs ansiosos.

“Eu fiquei ligado com a história e depois pelo roteiro, e eu tenho que dizer que também por mim. Eu comecei fazendo filmes de terror, estive procurando por uma maneira de fazer outro filme de terror. E filmes de terror não tendem a receber as melhores críticas. Alguns deles, clássicos, mas não muito mais. Então, eu acho que isso vem com o território”, falou.


Códon, 55 anos, começou sua carreira na direção de “Candyman 2 – A Vingança”, um fracasso comercial e de crítica.

Três anos depois, ele era um ganhador do Oscar pelo seu roteiro para “Deuses e Monstros”, um retrato do diretor de “Frankstein”, James Whale. Condon acertou novamente ao ser indicado ao Oscar pelo roteiro do musical “Chicago”, e após fazer o filme biografia “Kinsey”, ele fez seu próprio sucesso de dança e música com  “Dreamgirls”.

Agora, ele é o guardião final de uma série de fantasia de enorme apelo popular, seguindo os diretores anteriores da saga “Crepúsculo”, Catherine Hardwicke, Chris Weitz e David Slade, para concluir a história da adolescente Bella Swan e seu bizarro triângulo amoroso com o vampiro Edward Cullen e o lobisomem Jacob Black.

Adaptado os livros de Stephenie Meyer’s, “Crepúsculo” é uma raridade em Hollywood por construir um sucesso arrasa-quarteirão de uma audiência em sua maioria feminina, ao invés dos jovens meninos, que são normalmente o alvo dos estúdios. E essa idéia entusiasmou Condon.

Os filmes finais falam sobre a perda da virgindade, casamento, gravidez e morte, “todas as partes marcantes na vida de uma mulher são tocadas nesta história”, diz Condon. “Isto é tão raro na maneira como contamos os filmes. Todas as partes da vida de um menino adolescente são contatadas infinitamente, e exibidas nos grandes filmes, mas as mulheres não têm isso”, falou.

Durante a Comic-Com, Condon teve um gostinho da adulação do público. Fãs vibraram e gritaram para ele e o elenco durante a apresentação de cenas da primeira parte do filme, que incluiu cenas da lua de mel de Bella e Edward, e uma sinistra sequencia em que Jacob fica do lado de seus rivais vampiros para proteger Bella de seus parentes lobisomens.

Os fãs não se cansam de “Crepúsculo”, mas Condon não culpa os críticos por estarem fora de sintonia com os gostos populares, ao falarem mal dos filmes.

“Eu diria absolutamente não. Este é o trabalho deles, para manter seus padrões e seu senso de história do cinema e, não, não acho que deve haver uma correlação entre o sucesso e como ele é aceito pela crítica”, disse Condon.