Meryl Streep pede para que público veja humanidade em sua versão de Margareth Thatcher para "A Dama de Ferro"
JILL LAWLESS
04/01/2012 20h40
Meryl Streep estreia o longa “A Dama de Ferro” em Londres nesta quarta-feira (4) e diz que interpretar Margaret Thatcher foi um desafio – embora sua longa experiência no cinema tenha ajudado a atriz a compreender as lutas da primeira-ministra britânica. “Foi extremamente difícil, porque eu sou de New Jersey”, disse.
Streep conta que o fato de ter estudado em um rigoroso colégio feminino em New Hampshire e depois fazer intercâmbio em uma faculdade só de homens na década de 70 a ajudou a entender o isolamento de Thatcher . “Havia 60 de nós entre seis mil homens, tive um flashback nesse momento”, conta a atriz.
Com 62 anos, Meryl foi nomeada para um Globo de Outro e parece provável conseguir uma indicação ao Oscar por sua performance como Thacher, que liderou a Grã-Bretanha de 79 a 90. Nesse período, a “dama de ferro” viu a queda do Muro de Berlin, a implosão do comunismo e ainda travou uma guerra com Argentina pelas ilhas Falkland.
O filme tem sido chamado de biografia política pelos críticos, mas não é essa a imagem que a atriz quer passar. “Estava interessada nele precisamente porque não era isso. É um olhar muito profundo em toda uma vida”, explica.
A história é baseada em um livro escrito por Carol Thatcher, em que descreve o declínio mental de sua mãe. “Se Margaret Thacher sofria de um problema de pulmão e eu tossisse, ou se ela tivesse algo de errado com as pernas e eu mancasse ninguém iria brigar por isso”, defende Streep. “O estigma ligado à fragilidade mental em nossa cultura diz que isso é vergonhoso. É vergonhoso? Claro que não. As coisas não devem ser escondidas”.
"Ela foi considerada a mulher mais odiada da Grã-Bretanha por causa das políticas que muitas pessoas que ainda estão no mundo político ajudaram a construir, e elas não recebem o mesmo ódio", disse Streep.