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Colômbia é marionete dos EUA, diz Oliver Stone

Oliver Stone entrevista Hugo Chávez, presidente da Venezuela, no filme "Ao Sul da Fronteira" - Divulgação
Oliver Stone entrevista Hugo Chávez, presidente da Venezuela, no filme "Ao Sul da Fronteira" Imagem: Divulgação

23/06/2010 17h35

Washington, EUA - O cineasta Oliver Stone afirmou hoje que a Colômbia é uma "marionete" dos Estados Unidos na América Latina em seu esforço para controlar essa região.

No entanto, segundo a experiência recolhida em seu último trabalho "Ao Sul da Fronteira", o continente "se mantém unido".

Na apresentação de seu filme em Washington, um documentário sobre a chegada ao poder de líderes de esquerda latino-americanos, Stone retomou suas críticas à política externa de seu país, que tenta ser a "Polícia" do mundo.

"É uma vergonha manter sete bases militares dos Estados Unidos na Colômbia", lamentou enquanto defendia uma estratégia de "respeito mútuo" e não uma que transforme este país no "Afeganistão ou Vietnã" da América Latina.

Este tipo de política vai contra, na sua opinião, os novos líderes da América Latina que "unidos" perseguem uma "agenda independente", segundo concluiu após uma série de entrevistas com os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez; do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; da Bolívia, Evo Morales, e de Cuba, Raúl Castro.

O cineasta se referiu a um "índice de relatividade" para perceber as diferentes realidades que não são retratadas pelos meios de comunicação americanos que ajudam a entender a "verdade do continente".

Nesse sentido, Stone assegurou que a Venezuela não é uma ditadura e "não há uma tendência de abusos" contra os direitos humanos, ao contrário do que acontece na Guatemala e no México, e a uma "horrível, horrível história de abusos de paramilitares na Colômbia".

"Mas se houvesse um assassinato na Venezuela, seria a capa de todos os jornais americanos", insistiu, reiterando suas críticas aos meios de comunicação de seu país sobre a cobertura das políticas de Chávez.

Quando questionado sobre as pressões a jornalistas na Venezuela, Stone preferiu não responder devido à "complexidade" do problema.

Em seu lugar, cedeu a palavra ao roteirista do filme Mark Weisbrot, junto a Tariq Ali, que argumentou que existe uma "dura luta entre os meios de comunicação privados e os Governos" na Venezuela e em muitos países do continente.