Juliette Binoche diz que quanto melhor o diretor, mais simples o trabalho

Cairo - A atriz francesa Juliette Binoche acha que trabalhar com bons diretores é mais simples do que se acredita, disse nesta quarta-feira (1) em entrevista coletiva no Festival Internacional de Cinema do Cairo.

A atriz, famosa por escolher papéis inteligentes e por sua aversão a participar de filmes hollywoodianos, disse que admira os diretores que sabem o que quer e não gosta dos que têm obsessão por controlar. "Alguns diretores jovens querem controlar porque têm medo, mas os bons criadores estão mais abertos às novas ideias e possibilidades, com apenas uma exceção: Michael Haneke, que é um louco controlador", disse Binoche.

Na 34ª edição do Festival, a francesa falou sobre sua curiosidade de viajar para os países do Oriente Médio, que se deve a um desejo recente para se reencontrar como atriz e pessoa. "Precisamos ir à origem para entender o que somos. Não sentia isso antes, mas agora é uma necessidade", assegurou Juliette.

Sobre o conflito entre Palestina e Israel, disse que é uma situação complexa da qual "não pode tomar partido", mas "as reações são inevitáveis".

Juliette fez referência a seu filme "Aproximação" (2007), do diretor israelense Amos Gitai, no qual interpreta uma mulher que viaja para o Oriente Médio na busca de sua filha, durante a retirada israelense da Faixa de Gaza. A atriz, de 46 anos, também falou de sua visita a Teerã a convite do produtor iraniano Abbas Kiarostami, com quem sonhava trabalhar há anos.

Em seu encontro com os jornalistas, Juliette disse se sentir orgulhosa de estar no Egito e que não podia esperar para ver o Nilo e visitar os templos do sul do país, mas reconheceu sua surpresa com a quantidade de carros nas ruas da capital.

Na 34ª edição do Festival Internacional do Cairo, que começa nesta quarta-feira e se vai até o dia 9 de dezembro, serão exibidos filmes provenientes de 69 países.